Morfoscopia da fração areia de formações alúvio-coluviais: o que revela a assinatura de grãos de quartzo
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Renata Jordan Henriques, Roberto Célio Valadão
2017
Os Desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento
Eixo 10: Sistemas geomorfológicos: estrutura, dinâmica e processos. Resumo A superfície é modelada por materiais incoesos de gênese alóctone ou autóctone. No contexto do território brasileiro, dada suas condições ambientais, essas formações superficiais possuem considerável espessura podendo haver linhas de fragmentos grossos em seu meio, isto é, stonelines. Para o trabalho foi escolhido um recorte de talude às margens da rodovia MG-010 ao norte de Belo Horizonte em Minas Gerais em virtude de
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... a expressiva stoneline integrada por seixos de quartzos de origem aluvial (alóctone) inseridos em uma formação aparentemente eluvial (autóctone). O objetivo é aplicar o método de morfoscopia de areia na fração fina em uma seção vertical e verificar se é revelado o caráter alóctone das formações. Os resultados mostram-se satisfatórios e revela uma marcada descontinuidade entre forma e textura dos grãos situados acima e abaixo da stoneline. Isto permite avaliar que são materiais de origem alóctone (alúvio-coluviais) ainda que seu aspecto seja de materiais autóctones. Palavras chave: Formações superficiais; Stoneline; Mofoscopia de areia 1. Introdução Sobre a superfície distribuem-se materiais incoesos de espessura variável que contribuem à esculturação do modelado do relevo, o qual Queiroz Neto (2001) utiliza o termo geral "formações superficiais" para designá-los. Esses materiais são originados a partir da interface entre o arcabouço geológico e sua interação entre agentes exógenos, tais como temperatura, disponibilidade hídrica e atividade biológica (THOMAS, 1994). Na história de formação desses materiais, estes podem ter sido mobilizados (alóctones), por exemplo, por transporte gravitacional de massa (colúvio) ou escoamento hídrico fluvial (alúvio), ou ainda serem continuamente alterados in situ (elúvio), ou seja, materiais alterados a partir de sua matriz litoestrutural original (CASSETI, 2005). Pelas observações de Aubert e Segalen (1966) no continente africano e por Ab'saber (1962) em território brasileiro, também é recorrente encontrar aglomerações de fragmentos de materiais grossos inseridos nas coberturas que recobrem a superfície. Por definição linhas de pedra (HIRUMA, 2007; SANTOS et al. 2010), stonelines (BIGARELLA, 1994; SEGALEN, 1969) , linhas de seixos
doi:10.20396/sbgfa.v1i2017.2071
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