As peculiaridades dos ingleses e outros artigos

María Verónica Secreto
2003 Revista Brasileira de História  
Campinas: Editora da Unicamp, 2001. "Mentes que anseiam por um platonismo asseado logo se tornam impacientes com a história real." E.P. Thompson. Peculiaridades dos ingleses é mais do que uma tradução. Na epígrafe, Christopher Hill diz sobre E. P. Thompson: "sua influência mundial sobre os estudantes de história tem sido incalculável ". Nenhuma frase ilustraria melhor o significado deste livro. Uma versão "doméstica" da Unicamp circulava faz alguns anos por iniciativa dos tradutores, quando
more » ... izavam o mestrado em história da Unicamp. Tratava-se de um texto para fins didáticos e de estrita circulação interna. Naquela versão antecipou-se a realização de um artigo de Alexandre Fortes e Antonio Luigi Negro sobre Thompson. Este viu-se concretizado no artigo que integra a parte introdutória da coletânea em questão, sendo intitulado "As peculiaridades de E. P. Thompson," (e que também traz a autoria de Paulo Fontes). Previa-se a tradução de "Folclore, antropologia e história social," igualmente incluído junto com "Nota sobre 'As peculiaridades dos ingleses,'" "A história vista de baixo," "Modos de dominação e revolução na Inglaterra" e "Algumas observações sobre classe e 'falsa consciência.'" O artigo de Sérgio Silva "Thompson, Marx, os marxistas e os outros," e o de Hobsbawm, "E. P. Thompson" (este último escrito por ocasião de sua morte) complementam essa parte introdutória. Historiador, socialista, poeta, ativista, orador, escritor, marcado pela sua origem, pela tradição e pelo critério de lealdade, são algumas das adjetivações que Eric Hobsbawm dedica a Thompson. Entre os adjetivos adjudicados por Hobsbawm talvez tenha esquecido o de empirista. "Peculiaridades de E.P. Thompson" inicia com uma epígrafe do próprio Thompson, fortemente marcado por sua negação das filosofias da história ou das visões teleológicas. Supondo que a história seja um túnel por onde corre um trem expresso rumo a uma planície ensolarada, e no qual vi- 299 Revista Brasileira de História.
doi:10.1590/s0102-01882003000200013 fatcat:e7jlkvn4e5cdtnptzhjk4nbdzm