Socioeducação e Juventude: As Ações das ONGs na Cidade de São Paulo
J.C. Silva, C.A. Giovinazzo Junior
2016
Impulso
Resumo O objetivo neste trabalho foi analisar as propostas de ações socioeducativas desenvolvidas por organizações não governamentais com jovens de 15 a 24 anos de idade, caracterizados como em situação de vulnerabilidade social. O procedimento empregado foi a consulta às informações disponíveis nos websites dessas organizações. Ao todo, foram investigadas 91 entidades, que possuem 139 ações socioeducativas desenvolvidas na cidade de São Paulo. Em relação ao referencial teórico, a análise foi
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... alizada tomando-se o conceito de formação, formulado por Theodor W. Adorno, e de racionalidade tecnológica, desenvolvido por Herbert Marcuse. Os resultados revelam que as ações socioeducativas desenvolvidas não contemplam a totalidade dos jovens em situação de vulnerabilidade e que, em sua grande maioria, estão direcionadas para o campo da qualificação profissional, limitando, assim, as experiências formativas dos jovens à promoção de determinadas disposições que, em tese, permitiram o acesso ao mercado de trabalho e levariam à adaptação nos padrões estabelecidos pela ordem social capitalista, ficando em segundo plano a formação propriamente dita e a autonomia. As experiências dos jovens, como usuários dos programas propostos por ONGs, não são controladas por eles mesmos, mas sim mediadas pelas normas, regras e expectativas geradas pelas promessas de superação da vulnerabilidade à qual estão submetidos. Palavras-chave: formação; socioeducação; juventude; vulnerabilidade social. Abstract This article analyze the proposals of socioeducational actions developed by non-governmental organizations for young people 15-24 years old, that live in situation of social vulnerability. The procedure employed was the consultation of information available in websites these organizations. The 91 entities were investigated with 139 socioeducational actions developed in São Paulo city, Brazil. About the theoretical framework, the analysis was conducted based on the concept formation, formulated by Theodor W. Adorno, and technological rationality, developed by Herbert Marcuse. The results reveal that the socioeducational actions do not include the totality of the young people in situations of vulnerability and that most are directed to the professional qualifications thereby limiting the formative experiences of youth to the development of provisions that supposedly would give access to the market of work and would lead to the adjustment in the standards set by the capitalist social order at the expense of the formation and autonomy. The experiences of young people as users of the programs offered by NGOs, are not controlled by themselves, but mediated by overcoming expectations of the vulnerability to which they are subjected.
doi:10.15600/2236-9767/impulso.v26n66p67-85
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