Aplicações de toxina botulínica tipo A como um meio terapêutico em doenças distônicas

Tayrane Lima Santos, Marielle Pires Quaresma
2018 Revista Intertox de Toxicologia Risco Ambiental e Sociedade  
Resumo Há mais de 20 anos a toxina botulínica tipo A é utilizada na clínica médica para inúmeras desordens involuntárias da musculatura, como o blefaroespasmo, distonia cervical, estrabismo e paralisia cerebral. A toxina botulínica tipo A é produzida por Clostridium botulinum, bactéria gram-positiva, anaeróbica, produtora de esporos. Tal toxina possui 7 formas antigenicamente distintas A, B, C, D, E, F, G. A toxina age nas terminações nervosas, impedindo a exocitose da acetilcolina na fenda
more » ... sináptica, fazendo com que haja o relaxamento da musculatura esquelética. Estudos com duplo cegos e placebo controlados, mostraram a eficácia deste tratamento. Objetivos: revisão de literatura sobre as aplicações de toxina botulínica em pacientes distônicos e seus efeitos colaterais, possibilitando mais conhecimento sobre essa alternativa terapêutica e suas limitações, tornando-se assim um estudo importante na reabilitação destes pacientes. Métodos: a busca bibliográfica deste trabalho foi retirada das seguintes bases de dados: Google Acadêmico, PUBMED, SciELO, BIREME. Foram priorizados trabalhos publicados no período de 2006 á 2015. Foram encontrados 228 trabalhos como artigos, monografias, dissertações e teses. Após aplicação dos critérios de inclusão e os critérios de exclusão, onde resultou em 43 trabalhos para a elaboração desta pesquisa. Palavras-chave: Toxina Botulínica Tipo A. Distonia. Clostridium Botulinum. Applications of botulinum toxin type A as a therapeutic medium in dystonic diseases. Abstract Botulinum toxin type A has been used in the medical clinic for innumerable involuntary musculature disorders, such as blepharospasm, cervical dystonia, strabismus and cerebral palsy Revinter, v. 11, n. 01, p. 84-99, fev. 2018. P á g i n a 85 | 99 for more than 20 years. Botulinum toxin type A is produced by Clostridium botulinum, a grampositive, anaerobic, spore-producing bacterium. Such toxin has 7 antigenically distinct forms A, B, C, D, E, F, G. The toxin acts at the nerve endings, preventing the exocytosis of acetylcholine in the presynaptic cleft, causing skeletal muscle relaxation. Studies with doubleblind and placebo-controlled trials have shown the efficacy of this treatment. Objectives: To review the literature on botulinum toxin applications in dystonic patients and their side effects, allowing more knowledge about this therapeutic alternative and its limitations, making it an important study in the rehabilitation of these patients. Methods: the bibliographic search of this work was taken from the following databases: Google Scholar, PUBMED, SciELO, BIREME. Priority was given to papers published in the period from 2006 to 2015. A total of 228 papers were found, such as articles, monographs, dissertations and theses. After applying the inclusion criteria and the exclusion criteria, where it resulted in 43 papers for the elaboration of this research. Introdução A toxina botulínica (TxB) é uma proteína, considerada uma neurotoxina, produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Atua como um neuroparalítico, bloqueando a liberação de neurotransmissores responsáveis pela contratura muscular, atuando principalmente na inibição da exocitose de Acetilcolina (Ach) na fenda pré-sináptica (PAVONE; LUVISSETO, 2010). No mercado, existem duas apresentações da toxina botulínica, para ser utilizadas como terapia em músculos hiperativos, sendo elas: TxB-A e toxina botulínica tipo B (TxB-B) (DOLLY; AOKI, 2006). TxB-A vem sendo mais utilizada como terapia por conta de sua forte adesão no sítio de ação, ocasionando uma paralisia muscular prolongada (SPOSITO, 2010). A toxina botulínica tipo A (TxB-A) é bastante utilizada como terapia em muitas desordens musculares involuntárias há mais de 20 anos. A toxina é aprovada para este fim pela Food and Drug administration (FDA) em 73 países, pela sua função antidistônica e antiespasmódicas (COLHADO et al., 2009). Estudos com duplo cegos e placebos controlados, mostraram a eficácia do tratamento quanto aos sintomas e aos efeitos colaterais, quando comparados a tratamentos medicamentosos (BARBOSA, 2014). Em 1989, a FDA aprovou a Revinter, v. 11, n. 01, p. 84-99, fev. 2018. P á g i n a 86 | 99
doi:10.22280/revintervol11ed1.352 fatcat:dpnfh6gr6venvdkbmu52bq2nsu