Projeções do lobisomem na literatura: uma arqueogenealogia do corpo-espaço lupino
[thesis]
Jamille Santos
AGRADECIMENTOS Início meus agradecimentos pelas pessoas mais importantes em minha vida: minha família, minha mãe Maria de Lourdes que sempre me apoiou e foi o meu maior exemplo de fortaleza e luta, que me ensinou que nada na vida é impossível, que tudo só depende do nosso próprio esforço. Às minhas queridas irmãs Judith e Catarine, pelo carinho e apoio de todas as horas. Aos meus sobrinhos Rodrigo e Guilherme pelos risos e carinhos e ao meu sobrinho/ afilhado João Victor, meu motivo de riso e
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... amor imenso. E, por último, agradeço a duas pessoas que são extremamente importantes na minha vida, os meus filhos Erick, por ser meu orgulho, e incrivelmente compreensivo quanto ao tempo longe, as viagens, pelo carinho, apoio e até as cobranças sobre o texto; e minha pequenina que já desde a barriga acompanha a correria da vida acadêmica e que desde o útero escuta narrativas de lobisomens e vem crescendo em meio a leituras, viagens e escrita da tese. Ao meu querido esposo Neto por estar sempre ao meu lado, incentivando-me e me fazendo acreditar que posso mais do que imagino. Agradeço especialmente o seu companheirismo, carinho, amizade, apoio nas leituras e traduções, amor. Pelo seu apoio financeiro e sugestões é que sei que este trabalho pode ser realizado. A minha querida orientadora Marisa Martins Gama Khalil, pelo carinho, orientação, apoio, cobranças e inúmeras leituras compartilhadas. Obrigada por ser mais que uma orientadora, ser uma amiga sempre de braços abertos para ajudar e ensinar, por sempre estar disposta a dividir o seu imenso conhecimento, por ser essa pessoa ética e comprometida com a educação, em quem me espelho na profissão de lecionar, por fazer da sua casa local de apoio e porto seguro nas inúmeras idas a Uberlândia. E obrigada pela generosidade de dividir sabores e amores. Quanto aos amores, não posso deixar de citar a queridíssima Dona Maria, com o sorriso mais lindo, o melhor abraço de vó, e o carinho com que sempre me recebeu em sua casa. Agradeço, aos meus dois amigos, Andreia e Bruno, que formaram ao longo da caminhada acadêmica, comigo, o trio maravilha. Sem os dois eu não teria condições para chegar até aqui, pelas histórias, leituras, conhecimentos compartilhados, mais que isso pelo amor, carinho e cuidado dividido. Por noites de escrita juntos, mesmo longe, cada um em um Estado, ajudados pela tecnologia; obrigada pelos inúmeros desabafos, choros divididos e pelas contas divididas de quartos de hotéis. Tenho muito a agradecer a vocês, Andreia e Bruno pelo, mais importante amor construído ao longo desses quatro anos, que nossa amizade seja eterna. Agradeço, também, à Talita, pelo carinho, amizade, compreensão, pelas noites de desabafo, e por ser uma daquelas pessoas que se escolhe para fazer parte de nossa família. A Ceres, por estar sempre próxima, ouvindo e ajudando. A Ale, pela amizade, pelo ouvido em momentos difíceis, pela prontidão em ajudar. Ao Ciro, pela ajuda com o texto nos conteúdos e nas correções e por fazer parte de minhas lembranças de discussões sobre Foucault. Agradeço também à turma do GPEA, como quem tenho aprendido muito, pelas discussões em grupo, pelas viagens e eventos, pelas trocas e ajudas via internet. Enfim, pelos inúmeros momentos divididos que foram de fundamental importância para o meu crescimento como pesquisadora acadêmica. A minha querida banca de qualificação meus sinceros agradecimentos. Ao meu querido Nilton Milanez, com quem tenho a honra de conviver e dividir conhecimentos há 10 anos, meu ex-orientador, a quem devo o que sou tanto profissional como pessoalmente. Nilton, você que foi muito importante para a versão final da tese. Ao Claudio Zanini, pelas trocas em eventos, por suas falas que sempre contribuíram para a nossa pesquisa e pela ajuda na qualificação, fazendo com que a minha tese ficasse um pouco mais "monstruosa". À Kenia Pereira, pelo seu olhar esclarecedor e por levantar elementos de fundamental importância ao meu texto na qualificação. Finalmente, gostaria de agradecer ao programa de Pós-graduação em Estudos Literários por me possibilitar esta realização. À Universidade Federal de Uberlândia pelo apoio. Ninguém vence sozinho..... Obrigada a todos! RESUMO: Este trabalho tem como objetivo verificar a construção do sujeito/personagem lobisomem na literatura, suas transformações e relações sociais, considerando uma proposta teóricometodológica arqueogenealógica a partir dos estudos de Michel Foucault. Pensando o lobisomem como um mito que se transpôs ao tempo e ao espaço, com base especialmente nos apontamentos de Paul Zumthor, Suzi Frankl Sperber, André Jolles, Maria Auxiliadora Fontana, Luiz da Câmara Cascudo, delineamos como corpus de base as narrativas literárias, e como corpus complementares obras cinematográficas, documentos históricos, textos jornalísticos, letras de músicas, ou seja, uma variedade de gêneros que acreditamos ser de fundamental relevância para a compreensão de como a figura do lobisomem se posiciona esteticamente no decorrer do tempo. De maneira geral, investigaremos a recorrência da posição ocupada pelo sujeito/personagem lobisomem, procurando evidenciar modificações ocorridas em torno de sua imagem estética e social. Mais especificamente, primeiro, realizamos um levantamento histórico, literário e cinematográfico do mito do lobisomem no decorrer do tempo. Em seguida, analisamos a posição do sujeito/personagem, tomando para tal estudo a literatura específica de lobisomem, focalizando especialmente o corpo-espaço desse monstro. Depois, observamos os processos punitivos por meio do qual o corpo lupino foi inserido na inquisição e como a licantropia deixou de ser um crime para transformar-se em uma doença mental; refletimos também sobre como a religião se apoderou do mito lupino para seus procedimentos de controle, principalmente aqueles relacionados ao batismo. E, por último, tomando como base a literatura, especialmente a brasileira, analisamos como o mito do lobisomem foi trazido para atualidade, quais modificações ocorreram em seu corpo-espaço e em seu público leitor; e por fim demonstramos um aumento de produções ABSTRACT: This paper aims to verify the construction of the werewolf subject/character in the literature, its transformations and social relations, considering an archaeogenealogical theoretical-methodological proposal from the studies of Michel Foucault. Thinking the werewolf as a myth that has been transposed to time and space, based especially on the notes of Paul Zumthor, Suzi Frankl Sperber, André Jolles, Maria Auxiliadora Fontana, Luiz da Câmara Cascudo, we outline literary narratives as corpus, and as complementary corpus cinematographic works, historical documents, journalistic texts, song lyrics, that is, a variety of genres that we believe to be of fundamental relevance for understanding how the werewolf figure positions itself aesthetically over time. In a general way, we will investigate the recurrence of the position occupied by the werewolf subject/character, trying to evidence changes occurred around its aesthetic and social image. More specifically, first, we conducted a historical, literary, and cinematic survey of the werewolf myth over time. Then, we analyze the position of the subject/character, taking for this study the specific werewolf literature, focusing especially the body-space of this monster. Then we look at the punitive processes by which the lupine body was inserted into the Inquisition and how lycanthropy was no longer a crime, but a mental illness; we also reflected on how religion took over the lupine myth for its control procedures, especially those related to baptism. And finally, based on the literature, especially the brazilian one, we analyze how the werewolf myth was brought to the present, what changes occurred in its body-space and in its reading public; and finally we demonstrate an increase in youth literature productions with women metamorphosing into wolves.
doi:10.14393/ufu.te.2019.2483
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