O LUGAR NOS MOVIMENTOS SOCIAIS E O LUGAR DA GEOGRAFIA NA TEORIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Breno Marqués Marqués Bringel
2007 Boletim Goiano de Geografia  
O lugar nos movimentos sociais e o lugar da geografia na teoria dos movimentos sociais El lugar en los movimientos sociales y el lugar de la geografía en la teoría de los movimientos sociales Breno Marqués Bringel -Universidad Complutense de Madri Introdução Nada mais recorrente neste inicio de século que buscar no fenômeno da globalização a explicação uníssona dos benefícios ou malefícios de um mundo em constante transformação. A imprecisão na utilização e definição do termo convive e se
more » ... de com a aposta explícita de uma multiplicidade de ideologias e posições políticas. Numa tentativa de radiografar as diferentes posições neste debate, Araújo propõe uma distinção metodológica entre quatro enfoques: os hiper-globistas; os céticos ou regeicionistas; os transformacionistas; e os críticos (200, p. 7). Os primeiros, denominados hiper-globistas, seriam aqueles que defendem a inexorabilidade e imutabilidade do processo de globalização, visto como um fenômeno fundamentalmente econômico e irradiado pela extensão da lógica neoliberal. Pregam uma visão determinista e otimista baseada nas forças impessoais do mercado. O segundo grupo, o dos céticos, refuta a tese neoliberal da globalização, que é vista como um mito. Defende a idéia de que o termo está sendo abusivamente empregado para designar o que é, na verdade, a continuidade de um processo de internacionalização marcado pela intensificação da interdependência das economias nacionais. Já a terceira das posturas, a abordagem transformacionista, entende a globalização como um conjunto de processos históricos contingentes e marcados por contradições. Desta forma, busca sua explicação na combinação complexa de fatores que abarcam as mudanças econômicas, tecnológicas, culturais e políticas, rejeitando a idéia da emergência de uma única sociedade global. Por último, a quarta corrente, a dos críticos, propõe observar a globalização não como um processo, mas como uma tendência, para a qual há contratendências. Portanto, a globalização deveria ser compreendida como o resultado contingente e tendencial de múltiplos processos que são, ao mesmo tempo, sociais, econômicos, políticos e culturais. As diferentes posições nascem da explicação de cada uma delas sobre a definição (natureza e especificidade do fenômeno), a medida (indicadores relativos à presença e extensão do fenômeno), a cronologia (novidade do processo e periodização), a explicação (processo explicativo ou que deve ser explicado) ou o julgamento normativo (efeitos ou conseqüências) da globalização. Apesar do risco de simplificação e das limitações deste tipo de delimitações teóricas, o panorama exposto por Araújo (200) nos ajuda a entrever resumidamente os principais enfoques teóricos sobre o fenômeno da globalização. O lugar nos movimentos sociais e o lugar da geografia na teoria dos movimentos sociais Breno Marqués Bringel B G G
doi:10.5216/bgg.v27i2.2643 fatcat:yoxuaqvcqzbuvaoucfr7nqyla4