Coreografando uma vida: Reflexões sobre Projeto de Currículo, Consciência e Possibilidade 1

Susan Stinson, Ed, Susan Stinson, Ed
unpublished
Há mais de uma década, Mary Catherine Bateson publicou um livro intitulado Composing a Life, no qual refletiu sobre várias decisões que ela e muitas outras mulheres de sua geração haviam tomado sobre trabalho, rela-cionamentos e outros aspectos de suas vidas como mulheres em tempos de mudança. Várias dessas mulheres tinham experiência nas artes e falavam de fazer arte como uma metáfora para a criação de suas vidas. Mais recentemen-te, uma menina de 11 anos que entrevistei em minha pesquisa
more » ... -me algo semelhante. Quando perguntada se achava o que estava aprendendo na dan-ça importante, mesmo para pessoas que não fossem dançarinos, ela pensou um pouco e respondeu: "Bem, sim, porque por toda a vida você meio que está coreografando, como se eu estivesse tentando coreografar o que vou viver... Você está basicamente coreografando a sua vida". De fato, a coreografia é uma boa metáfora para o processo de tomada de decisão que usamos em outras partes de nossas vidas. Enquanto algumas decisões podem ser tomadas como página de um balancete, ou seja, pesando prós e contras, a maioria é mais complexa do que isso, uma mistura de racio-nalidade e intuição, escolhas conscientes e subconscientes. Tanto na seleção de um local de férias como de um parceiro na vida, critérios estéticos fazem geralmente parte da equação. O mesmo vale para as decisões curriculares. Uma série de teóricos, como Elliot Eisner, Maxine Verde e Madeleine Grumet, reconheceram as dimensões estéticas do currículo. Em um livro de 1991, Reflections from the Heart of Educational Inquiry: Understanding Curriculum and Teaching through the Arts, esses autores e outros estudiosos escreveram, "pessoalmente, sobre como vieram compreender o currículo e o ensino através da influência das ar-tes em suas próprias vidas" (Schubert, 1991, p. 5). Para os editores deste livro, (...) tomar decisões sobre o currículo... não é uma questão meramente técnica. A educação, em sua premissa maior, se assemelha à própria vida, e, portanto as decisões sobre currículos são microcosmos de tudo o que está envolvido em viver a vida com sabedoria... Viver sabiamente, cremos, não é uma questão
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