FLUXO DE CAIXA EM RISCO: UMA NOVA ABORDAGEM PARA O SETOR DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
[thesis]
ALVARO ROCHA ALBUQUERQUE
INTRODUÇÃO Riscos de mercado, como flutuações nas taxas de juros, câmbio, commodities, na demanda do mercado consumidor e na oferta dos insumos utilizados no processo produtivo, dentre outros, são capazes de afetar a capacidade financeira e a solvência de empresas não-financeiras. Em função disso, atualmente, muitas empresas ao redor do mundo têm destinado atenção à modelagem e ao controle dos fatores de risco dentro do ambiente corporativo, voltando-se à gestão de todo tipo de risco,
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... ente em mercados regulados como o de energia elétrica, onde determinados atos da administração podem acarretar sanções rigorosas e até mesmo a perda do direito de concessão. Essa demanda cresce cada vez mais com a globalização das economias e a busca constante por aumento de valor das empresas. A despeito, entretanto, do tema gerenciamento de riscos vir ganhando espaço no âmbito das instituições não financeiras, persistem lacunas nesta linha de pesquisa que justificam o objetivo proposto neste trabalho: promover a análise de novos métodos empíricos de estimação do fluxo de caixa em risco a partir de dados relativos à empresa Light S/A em suas três classes de consumo: residencial, comercial e industrial. Para a consecução de tal objetivo, o artigo busca identificar por regressão dinâmica os fatores de risco da empresa e as respectivas exposições dos componentes do fluxo de caixa a eles, bem como analisar o comportamento futuro de tais fatores via estimação de vetores autorregressivos e simulação pelo método de Quase-Montecarlo, uma metodologia que tem se mostrado adequada a problemas relacionados à área financeira (medidas at-Risk e opções reais). REFERENCIAL Com a constante evolução dos mercados financeiros, juntamente com a ocorrência de casos que resultaram em perdas significativas para alguns investidores, o processo de modelagem do que seria a exposição potencial ao risco de mercado de uma carteira de instrumentos financeiros ativos e passivos passou a ser vital para a continuidade das empresas financeiras (NETO, 2005) . Entretanto, apesar da modelagem de risco de mercado já estar bem desenvolvida no setor financeiro, a sua prática ainda é prematura nas instituições não-financeiras, em parte devido à dificuldade de se adaptar os conceitos oriundos do mercado financeiro para a realidade das corporações. Até a primeira metade da década de 90, a gestão de riscos no ambiente corporativo era feita de forma fragmentada: faziam-se apenas análises de sensibilidade dos fatores de risco desconectadas do contexto macroeconômico e até mesmo de outras variáveis importantes para o fluxo de caixa e para o negócio da empresa (LAROCQUE E LOWENKRON, 2004). O risco de mercado está associado a perdas com instrumentos financeiros devido às flutuações nos preços e taxas praticados pelo mercado. As instituições financeiras formam grandes posições e expectativas sobre o comportamento das variáveis econômicas, capazes de gerar valores em risco em caso de flutuações no nível dessas
doi:10.17771/pucrio.acad.13064
fatcat:h5um3ckxkrbu3eiede5e4cuyke