NOTA CIENTÍFICA

Revista Brasileira De Biociências, Porto Alegre
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Introdução Além da água, a temperatura, o tipo de substrato, a disponibilidade e a qualidade de luz incidente afetam o desenvolvimento vegetal. A capacidade de crescimento e de sobrevivência que a muda apresenta, quando sombreada está relacionada com um mecanismo de adaptação ao habitat e, a adaptação às baixas intensidades luminosas é um atributo genético e, em interação com o ambiente produz respostas que modificam a morfologia e fisiologia das folhas, para um uso mais eficiente da radiação
more » ... lar disponível no ambiente [1]. Como ferramenta de avaliação, utiliza-se a análise de crescimento das mudas para inferir sobre o grau de tolerância ao sombreamento natural ou artificial, podendo o desenvolvimento das mudas de espécies florestais, ser analisado por vários parâmetros morfológicos e fisiológicos. Considerando-se a escassez de trabalhos publicados acerca dos efeitos de fatores ambientais sobre o crescimento de espécies de cerrado, a expansão de áreas agrícolas em direção às áreas naturais que provocam sensível redução deste ecossistema e, que não foram encontrados estudos de crescimento envolvendo Bauhinia holophylla (Bong.) Steud. Cassia chrysocarpa Desv. e Eriotheca gracilipes (K. Schum.) A. Robyns, estas espécies foram utilizadas neste trabalho. Como objetivos realizou-se a avaliação do crescimento das plantas jovens em condições de luz solar direta e sob sombreamento; comparação do padrão de crescimento entre as três espécies; avaliação do padrão da distribuição de biomassa seca incorporada e verificação de ocorrência de adaptação ecológica a partir dos padrões de crescimento obtidos nos testes. Material e métodos As plantas utilizadas foram originadas de sementes de Bauhinia holophylla (Bong.) Steud., Cassia chrysocarpa Desv. e Eriotheca gracilipes (K. Schum.) A. Robyns coletadas na reserva de cerrado, do campus da Universidade Federal de S. Carlos. As sementes foram colocadas em sementeiras de isopor, contendo vermiculita, mantidas em casa de vegetação sob 80 % de sombreamento artificial. Após 30 dias as plântulas foram transferidas para sacos de polietileno, com capacidade de 11 kg de terra. Cada recipiente foi preenchido com solo de cerrado peneirado sem correção. Os recipientes contendo apenas uma planta foram dispostos em canteiros experimentais, a céu aberto, recebendo luz solar direta, e em casa de vegetação coberta por sombrite (80% de sombreamento). O número de folhas, área foliar (AF; dm 2) e massa seca (MS; g) foram determinados segundo Benincasa [2]. Para avaliar a ocorrência de diferenças no padrão de crescimento entre plantas crescidas em pleno sol e sob sombreamento artificial, os valores obtidos foram comparados pelo teste de Mann-Whitney e os de distribuição de massa seca foram comparados pelo teste de Kruskal-Wallis [3].
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