La posthumanidad como un bien objetivo: los peligros del futurismo en el debate sobre la optimización genética humana

Andrés Vaccari
2014 Acta Bioethica  
Resumen: La figura de la posthumanidad es invocada en una amplia gama de argumentos que defienden el atractivo o incluso el imperativo moral del perfeccionamiento humano por medio de la ingeniería genética. La posthumanidad se presenta en estos argumentos como un estado altamente beneficioso, el punto final de un proceso de evolución dirigida al que debemos abocar nuestros esfuerzos. Centrándome en los escritos del pensador transhumanista Nick Bostrom, cuestiono este rol normativo de la
more » ... nidad como justificación del proyecto de una eugenesia liberal. Para empezar, argumento que los costos y beneficios de un estado posthumano son imposibles de calcular. Por otro lado, identifico ciertos problemas relacionados con la posicionalidad e instrumentalidad de las capacidades aumentadas. Estas capacidades son valuables en la medida en que (1) proveen una ventaja relativa a un contexto y (2) son instrumentales al futuro bienestar de las personas. Argumento que no se puede establecer una conexión necesaria entre capacidades y bienestar y, por lo tanto, la promesa de la posthumanidad como un estado beneficioso es difícil de tomar seriamente. Palabras clave: ingeniería genética, tecnologías de optimización, optimización genética, teoría ética Post humanity as an objective good: the dangers of futurism in the debate about enhancement of human genome Abstract: The figure of posthumanity is invoked in a wide range of arguments that advertise the appeal or even the moral imperative of human enhancement through means of genetic engineering. Posthumanity is presented in these arguments as a highly beneficial state, the end point of a process of directed evolution to which we must devote our efforts. Focusing on the writings of transhumanist philosopher Nick Bostrom, in this article I question this normative role of posthumanity as a legitimation for liberal eugenics. For a start, I argue that the costs and benefits of a posthuman state are impossible to calculate. On the other hand, I identify certain problems concerning the positionality and instrumentality of augmented capacities. These capacities can be considered valuable inasmuch as they (1) provide an advantage relative to a context and (2) they are instrumental to the future benefit of persons. I argue that we cannot establish a necessary connection between capacities and wellbeing, thus the promise of posthumanity as a beneficial state is difficult to take seriously. A pós-humanidade como um bem objetivo: os perigos do futurismo no debate sobre a otimização genética humana Resumo: A figura da pós-humanidade é invocada em uma ampla gama de argumentos que defendem o atrativo, ou inclusive, o imperativo moral do aperfeiçoamento humano por meio da engenharia genética. A pós-humanidade apresenta-se nestes argumentos como um estado altamente beneficioso, o ponto final de um processo de evolução dirigida, para o qual devemos envidar os nossos esforços. Centrando-me nos escritos do pensador transhumanista Nick Bostrom, questiono este papel normativo da pós-humanidade como justificativa do projeto de uma eugenia liberal. Para começar, argumento que os custos e benefícios de um estado pós-humano são impossíveis de calcular. Por outro lado, identifico certos problemas relacionados com a posicionalidade e instrumentalidade das capacidades aumentadas. Estas capacidades são avaliáveis na medida em que (1) apresentem uma vantagem relativa a um contexto e (2) são instrumentos para o futuro bem-estar das pessoas. Argumento que não se pode estabelecer uma conexão necessária entre capacidades e bem-estar e, portanto, a promessa da pós-humanidade como um estado beneficioso é difícil de ser admitida seriamente. Palavras-chave: engenharia genética, tecnologias de otimização, otimização genética, teoria ética
doi:10.4067/s1726-569x2014000200011 fatcat:hdduoudbgbebdczfvztssjsk2m