Relações de gênero na infância: uma experiência na escola democrática
[thesis]
Divimary Borges
AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos começam pelo caminho primeiro, porque sem a base sólida e o apoio delas seria bastante difícil ter alcançado este objetivo. Marinez de L. C. Borges e Elaine Borges, minhas mãe e irmã, foram e são pessoas fundamentais que fazem parte de quem sou hoje. São elas que me mostraram e mostram toda a força e luta que uma mulher é capaz de enfrentar. Minha irmã, que fique registrado minha imensa gratidão pelo incentivo desde a graduação, aliás, antes dela, para que eu
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... oltasse a estudar após algum tempo afastada do mundo acadêmico. Ao meu pai em memória que sempre colocou a importância da empatia, da humildade, dos estudos e da generosidade como exemplos práticos de vida. Sem eles literalmente e simbolicamente não estaria aqui hoje. A trajetória que percorri durante a pós-graduação só foi possível graças ao feliz encontro com pessoas que me ensinaram, auxiliaram e apoiaram. Ao grupo Edges: minha orientadora Marília P. de Carvalho, minha mais profunda admiração e gratidão por participar dos estudos e discussões com intelectuais que se ocupam de questões humanas tão importantes de serem defendidas. Se hoje saio outra pessoa, não tão diferente, mas mais consistente da que entrou no mestrado, isso se deve em grande parte a vocês. Obrigada pela troca, paciência, generosidade e sensibilidade. Estendo os agradecimentos acadêmicos às professoras das disciplinas cursadas: Claudia Pereira Vianna, Denise Trento, Patricia Dias Prado e Marilia Pontes Sposito, porque minha dissertação contou com a inspiração e aprendizado de cada curso realizado. Marcelo Daniliauskas, obrigada por me ajudar a encontrar um novo rumo de projeto que fizesse mais sentido para mim. Também pelas conversas, cafés e risadas. Talvez aquele tenha sido um dos momentos cruciais nesta trajetória acadêmica e você conseguiu deixar tudo mais leve. Obrigada aos meus amigos em geral, que me apoiaram durante estes três anos, em especial a Eduardo Benesi: sem suas porções de afeto, escuta, fala generosa, apoio, incentivo e ombro amigo, a chegada não teria sido azul anil. Ricardo Schers de Goes, obrigada pelos cotidianos "bom dia", por me ouvir e apoiar mesmo a distância. Sua presença mesmo distante sempre foi importante. Aos vizinhos-amigos Odair Batista e Paulo, que adoçavam meus dias. Ao Yvan Dourado, professor e amigo, sou muito grata pelo acolhimento, pela generosidade da escuta e da fala, pelo aprendizado e pela oportunidade. A aproximação com profissionais como você e o Osvaldo de Souza, assim como a Aline Chamone, a Gabriela Yanez, o André Simões e todos os educadores e educadoras envolvidos me fez resgatar a fé na educação e nas relações menos hierarquizadas, mais horizontais, entre crianças e adultos. Á todas as crianças envolvidas na minha pesquisa, todo meu respeito e carinho. Obrigada pela confiança e amizade. Conviver com vocês fez das minhas tardes mais ensolaradas. Talvez tenha sido os melhores momentos de todo percurso. Gostaria de agradecer ao apoio financeiro da CAPES sem a qual essa pesquisa não seria possível. RESUMO BORGES, D. Relações de gênero na infância: uma experiência na escola democrática. 2015. 118f. Dissertação (Mestrado) -Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. Esta pesquisa procurou entender como as crianças de uma escola particular com princípios democráticos na cidade de São Paulo constroem suas interações de gênero, tanto nos momentos livres como nos períodos de estudo. O trabalho parte da hipótese de que um espaço pedagógico libertário pode criar possibilidades de construção de um caminho promissor na busca por relações sociais infantis que não siga padrões binários sexuais rígidos, que são predominantes na sociedade e na maioria das escolas contemporâneas. Considerando a autonomia e o respeito à individualidade das crianças como princípios básicos destas pedagogias com princípios progressistas, buscamos observar quais eram as concepções de feminilidade e masculinidade no ambiente escolar pesquisado, e também, em que momentos os pertencimentos de gênero foram flexíveis nas escolhas individuais e coletivas, se causavam distanciamentos ou aproximações, conflitos ou parcerias, assim como se serviam de delimitadores de espaço e de tempo. Por meio das abordagens dos Estudos Sociais da Infância e dos Estudos sobre as Relações de Gênero, essa pesquisa de campo foi realizada no primeiro semestre de 2014, com 21 alunos e alunas entre 6 e 21 anos. Apesar da pouca permeabilidade nas relações simbólicas e práticas de gênero entre estes estudantes, os resultados apontam para um ambiente aberto a novas construções e ressignificações devido a permanente transitoriedade de pesquisadores e estagiários, assim como de alunos, alunas, educadores e educadoras. A abertura às novas aprendizagens e a novas formas de se pensar, assim como a abertura do espaço educacional para a comunidade, proporciona debates e reflexões, o que são fatores que podem motivar uma nova forma de lidar com o conhecimento e, consequentemente, a desconstruir concepções que causam desigualdades sociais. ABSTRACT This research investigates how children from a private school with democratic principles in São Paulo build their gender interactions, both in spare moments as during periods of study. I start with the hypothesis that a libertarian pedagogical space would be a promising place in the search for children's social relationships that do not follow rigid gender binary patterns prevalent in society and in most schools. Considering autonomy and respect for the individuality of children as basic principles of these pedagogies with progressive principles, it was observed which were the femininity and masculinity concepts in this environment, and at what times were gender affiliations flexible in individual and collective choices, if it caused detachment or approximation, conflicts or partnerships, as well as served as space and time delimiters. Through the approaches of Childhood Social Studies and Studies on Gender Relations, this field research took place during the first half of 2014, with 21 boys and girls between 6 and 21 years. Despite the low permeability in symbolic relations and gender practices among these students with whom I spent time with, I can say I found an open environment for new constructions and new meanings because of the transience of researchers and trainees, as well as students and educators. The openness to new learning and new ways of thinking, as well as the opening of the educational space for the community, providing debate and reflection, are factors that can motivate a new way to deal with knowledge and, consequently, deconstruct preconceptions that cause social inequalities.
doi:10.11606/d.48.2016.tde-18102016-143044
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