O pessimista precisa inventar para si mesmo, a cada dia, novas razões para existir; é uma vítima do 'sentido' da vida". Emil Cioran Silogismos da amargura "Uma coisa é necessária. -'Dar estilo' a seu caráter -uma arte grande e rara! É praticada por quem avista tudo o que sua natureza tem de forças e fraquezas e o ajusta a um plano artístico [...]". AGRADECIMENTOS Muito especialmente a Cláudia Assunpção Dias, minha "atmosfera favorável", por todo o amor, por toda a paciência e por ter

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... do os melhores ares possíveis a fim de que cada linha desta tese fosse possível. À minha orientadora, professora Maria Lúcia Cacciola, pelo gentil acompanhamento, pela paciência, pela honrosa companhia em terras salentinas, mas, sobretudo, pelas atitudes de antidogmatismo que sempre marcaram as suas intervenções. Ao meu co-orientador, professor Domenico M. Fazio, pela inigualável gentileza com que me acolheu em Lecce (Itália), junto ao Centro interdipartimentale di ricerca su Arthur Schopenhauer e la sua scuola dell'Università del Salento, onde tive a oportunidade de assistir a seus cursos, aprimorar minhas pesquisas e debater as hipóteses deste trabalho com seu grupo de estudos sobre a Schopenhauer-Schule. Ao professor Jair Barboza, entusiasta da sabedoria de vida, que na graduação, iniciação científica e mestrado, incentivou e orientou os meus primeiros contatos com a obra de Schopenhauer. Ao professor Eduardo Brandão, pelas relevantes sugestões ao prosseguimento desta pesquisa por ocasião do exame de qualificação. Ao professor Leandro Chevitarese, pela oportunidade do diálogo sobre o "ponto de vista eudemonológico" da filosofia schopenhaueriana. A todos os professores e professoras dos tempos de graduação e mestrado na PUCPR, especialmente aos estimados professores Antonio Edmilson Paschoal, Daniel Omar Perez e Francisco Verardi Bocca, meus exemplos de dicação à pesquisa e à docência, que, de perto ou de longe, acompanharam este estudo. À querida amiga Diana Chao Decock, pela confidência em mais essa etapa, pelo constante incentivo e por ter discutido comigo a temática do presente estudo. À Chiara Porretta, pela singeleza de seus versos e por partilhar a nobreza de suas preocupações existenciais e político-sociais. À Evelin Raupp, pela convívio durante os primeiros anos deste estudo e por ter me inspirado com suas transgressões. Aos meus pais, Antonio Debona e Irene Peretti, pelo zelo, pelas lutas e pelo incentivo aos estudos. Aos meus irmãos Gilmar, Gilberto e Fabiano e irmãs, Juliana e Fabiele. À minha cunhada Adelma Dias, pela cordialidade e por todo o incentivo, principalmente nos momentos de intempéries e de agruras. Aos meus sogros Ivo Assunção Dias e Maria Antonia Campos Dias, pelas orações e por entenderem a minha ausência. Aos amigos, por partilharem expectativas: , pela atenção dispensada em seus excelentes trabalhos de revisão. Aos caros amigos schopenhauerianos de Lecce: Fabio Ciracì, Maria Vitale, Alessandro Novembre e Mario Carparelli, por toda simpatia e cordialidade com que me apresentaram a cultura salentina; e por me inspirarem com suas virtudes intelectuais. À Maria Eugênia Verdaguer, pela abundância de seus risos e por ter nos visitado enquanto eu escrevia. Ao pessoal da secretaria do Departamento de Filosofia da USP, especialmente à Maria Helena Barboza e à Marie Pedroso. À CAPES e ao Governo Federal, pela bolsa de Doutorado-sanduíche, que me proporcionou a frutífera estadia de um ano na Itália. Palavras-chave: Schopenhauer, ética, metafísica, pessimismo, sabedoria de vida, caráter. ABSTRACT DEBONA, Vilmar. The other side of pessimism: between ascetic radicalism and wisdom of life. 2013. 270 p. Thesis (PhD) -Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. This thesis consists of an interpretation of the relationship between eudemonology and practical philosophy with uninterested ethics, with metaphysical pessimism and asceticism in Schopenhauer. Therefore, this study takes the Schopenhauerian perspective of "characterology" and presents a tentative answer to the question of how it could be possible to "accommodate", for example, an "art of being happy" before a radical pessimism. It's about, above all, a reading of the nature of ethics and pessimism when they are taken from the practical-empiric point of view. After all, if Schopenhauer recognized in spontaneous denial of the will the only way of redemption of the inherently selfish and hurtful world, he also stopped himself in a theory of happiness in terms of wisdom of life and prudence. To address the issue, this paper i) undertakes a detailed analysis of the notion of character (Charakter), as it is present in the main stage production of the thinker -both from published works, and the posthumous manuscripts -, ii) emphasizes the philosopher's concern in establishing a "metaphysics deviation" to address theireudemonology front their top perspective metaphysics, and iii) argues that the empirical and metaphysical spheres of this philosophy, despite having different purposes, are supplementary. The distinctions between what I call great ethics and small ethics and between metaphysical pessimism and pragmatic pessimism -novelty of this study itself -would permit understanding this supplementarity. In both differentiations, the notion of character provides a peculiar suture between the metaphysical perspective (theoretical philosophy) and empirical perspective (practical-pragmatic philosophy) this thought: if the concepts of intelligible character and empirical character are central under the ethics of compassion and asceticism metaphysical bias (covered in Chapters 1 and 2), the notion of acquired character is essential in the sphere of life wisdom and practical philosophy (addressed in Chapters 3 and 4). Likewise, if the ideas of immediate denial of the will, disruption of the illusion of phenomena and character suppression (Aufhebung des Charakters) make up the sphere of ethical metaphysics, the notions of "ethical improvement" (bessernde Ethik), mediate motivations, education of the intellect (active), deliberation (Überlegung) and the "as if" moral (Als-Ob) configure the empirical dimension of this same ethic. By recognizing these two perspectives of human action and existence consideration, the Schopenhauer thought wouldn't reduce, on the contrary to what the doxography and the historiography generally present, to a metaphysical and quietist pessimism; or, in the ethics scope, to the radical "order of salvation" accessible to few. That would barely admit a passage from pessimism to "optimism", but would allow the finding of a "side" of pessimism that is not restricted to the extremes of affirmation or denial of the will. Diese Thesis besteht aus einer Deutung der Relation der Eudämonologie und der praktischen Philosophie mit der uninteressierten Ethik, mit dem metaphysischen Pessimismus und mit der Askese in Schopenhauer. Dafür übernimmt diese Studie die Optik der schopenhauerschen "Charakterologie" und stellt die Antwort auf die Frage danach, wie es z. B. möglich wäre, "die Kunst, glücklich zu sein", mit einem radikalen Pessimismus übereinzustimmen. Es handelt sich vor allem um eine Lektüre der Natur der Ethik und des Pessimismus, indem beide unter dem empirischpraktischen Gesichtspunkt betrachtet werden. Wenn Schopenhauer den einzigen Weg der Rettung der im Wesen egoistischen und schmerzhaften Welt in der spontanen Verneinung des Willens erkannte, hielt er sich auch an einer Theorie des Glücks der Lebensweisheit und der Klugheit gemäß. Um die Frage zu behandeln, i) unternimmt diese Arbeit eine ausführliche Analyse des Begriffs Charakter, so wie dieser in den wichtigsten Phasen der Produktion des Denkers vorkommt -und das sowohl in den veröffentlichten Werken als auch in dem Nachlass -, ii) sie betont die Mühen des Philosophen um einen "Abgang aus der Metaphysik", um seine Eudämonologie unter der höheren Perspektive seiner Metaphysik zu erörtern, und iii) setzt sich dafür, dass der empirische und der metaphysische Standpunkt dieser Philosophie einander wechselseitig ergänzen, obwohl sie unterschiedliche Zwecke darstellen. Die Unterscheidungen zwischen dem, was ich, einerseits, große Ethik und kleine Ethik und, anderseits, metaphysischen Pessimismus und pragmatischen Pessimismus nenne -die tatsächliche Neuigkeit dieses Studiums -, erlauben das Verständnis dieser wechselseitigen Ergänzung. In den beiden Unterscheidungen bietet der Begriff Charakter eine einzigartige Verbindung der metaphysischen (theoretischen Philosophie) und der empirischen Perspektive (praktisch-pragmatischen Philosophie) dieses Denkens: wenn die Begriffe intelligibler Charakter und empirischer Charakter in der metaphysischen Tendenz der Mitleids-und Askeseethik (die in den Kapiteln 1 und 2 behandelt werde) wesentlich sind, ist der Begriff erworbener Charakter grundsätzlich in dem Standpunkt der Lebensweisheit und der praktischen Philosophie (die in den Kapiteln 3 und 4 behandelt werden). Wenn die Ideen der Verneinung des Willens, des Bruchs mit der Illusion