IV SIEN – Simpósio Internacional de Enfermagem - Relatos de Caso/Experiência

2007 Einstein (São Paulo)  
Introdução: a cardioversão elétrica é utilizada como tratamento de algumas arritmias. É um método eficaz e bem tolerado, porém necessita que o paciente esteja em sedação profunda. A implementação de um protocolo sistematizado do atendimento aos pacientes que irão submeter-se a cardioversão elétrica fornece subsídios na qualidade do cuidado prestado, tanto pelo médico, quanto pela enfermagem e sua continua avaliação. A monitoração dos resultados auxilia na vigilância da qualidade assistencial e
more » ... a identificação de oportunidades de melhoria. Eles são instrumentos que possibilitam definir parâmetros que serão utilizados para realizar comparações e agregar juízo de valor ante o encontrado e o ideal estabelecido, necessitando assim, de uma coleta e sistematização bem planejada. Objetivo: monitorar através de um protocolo sistematizado, as complicações decorrentes da cardioversão elétrica na Sala de Emergência. Casuística e Método: trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, com abordagem quantitativa. Foram avaliados 63 clientes submetidos a cardioversão elétrica com média de idade de 69 anos + 13, sendo 65,1% do sexo masculino. O estudo foi realizado de janeiro a dezembro de 2006 na Sala de Emergência de um hospital privado no município do Rio de Janeiro -RJ onde se presta atendimento clínicocirúrgico. Os dados foram transcritos em uma ficha semiestruturada, preenchida pelo enfermeiro que participou dos cuidados durante o procedimento. Resultados: dos 63 clientes submetidos a cardioversão elétrica, 73% apresentavam Fibrilação Atrial de tempo indeterminado, 8,5% Fibrilação Atrial menor que 48 horas, 17,5% Flutter Atrial, 1,6% Ta-quicardia Supraventricular. Dentre as complicações, 1,6% (01 paciente) apresentou bradiarritmia pós reversão e 4,8% (03 clientes) queimadura de primeiro grau. Considerações finais: as principais complicações evidenciadas durante a cardioversão elétrica foram às queimaduras. Ambler (2003) corrobora com a questão, quando relata que essas são causas comuns de morbilidade após o procedimento, no entanto sua incidência e gravidade nunca foram quantificadas. Para ele, a redução do evento ocorre quando os operadores aplicam uma força igual em ambas as pás e iniciam-se choques com energia inferior. Souza (2001) relata ainda, que as arritmias mais freqüentes, após a cardioversão elétrica, são as extra-sístoles atriais, que duram alguns minutos e desaparecem espontaneamente. Outras alterações do ritmo podem existir, como a bradicardia sinusal, bloqueio ou ritmo juncional. O conhecimento sobre a história prévia, a identificação das medicações e fatores de risco são imprescindíveis para um cuidado de qualidade. Tais condutas podem minimizar ou excluir possíveis complicações como visualizadas nos resultados da pesquisa. É válido ressaltar que a busca da qualidade requer um grau de conformidade estabelecido dentro de padrões e critérios, medido por indicadores como o da cardioversão elétrica. A equipe da Sala de Emergência deve refletir sobre sua prática, buscando visualizar os aspectos assistenciais mais frágeis e propondo medidas de melhorias, permitindo trocas de experiência e confrontando as melhores práticas com os bons resultados.
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