TRATAMENTO DO TABAGISMO Corrêa da Silva FUMO ZERO AMRIGS Tratamento do tabagismo
Amrigs Revista Da, Porto Alegre
2010
unpublished
| FUMO ZERO AMRIGS | O TABAGISMO É UMA DOENÇA QUE PODE SER TRATADA O tabagismo é uma doença crônica de dependência à nicotina, com períodos de remissão e exacerbação (1). Com o desenvolvimento das intervenções terapêuticas e sua validação por ensaios clínicos, dispõe-se de recursos eficazes para tratar o tabagismo: a dependência química, pela terapia de reposição da nicotina (TRN) ou por blo-queador de receptores nicotínicos, e inibidores da recap-tação de mediadores bioquímicos, e a
more »
... psico-lógica, pelo tratamento cognitivo-comportamental (TCC) (2). Transtornos comportamentais podem ser controla-dos por medicamentos psicoativos. Terapêutica combi-nada possibilita resultados superiores aos observados nos ensaios clínicos em que se testa isoladamente um fárma-co contra placebo ou outro fármaco de eficácia já estabe-lecida. Coletivamente, através das políticas de controle e da educação da população, aumenta sua conscientização para: proteção do tabagismo passivo, prevenção da iniciação pe-los jovens e cessação. Os fumantes estão sendo, cada vez mais, incentivados a tomar sua decisão de parar de fumar (3, 4, 5). O TRATAMENTO PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO É UMA ÓTIMA OPORTUNIDADE PROFISSIONAL O grande impacto dos mecanismos de comunicação e o desenvolvimento de políticas para controle do tabagismo, nos próximos anos, ampliará enormemente este mercado de trabalho (6). Os profissionais da saúde, particularmente médicos, que tiverem qualificação e visão profissional, te-rão ótimas oportunidades para prestação de serviços nos consultórios, clínicas e hospitais. Principalmente os pneu-mologistas têm atuado neste setor como uma extensão da especialidade, mas já existe oportunidade de atuação exclu-siva no tratamento do tabagismo, pois 20% dos adultos são fumantes e, embora 80% deles deseje parar de fumar, a maioria não consegue sem apoio e tratamento por médico especialista (7). Na abordagem individual, é fundamental considerar os se-guintes princípios (8):-Cada fumante é único e sempre deve ser abordado individualmente, pelo menos no primeiro contato.-Mostrar como é bom não fumar! Oportunamente, comunicar os malefícios do fumo, através de fôlderes, livre-tos, palestras, cursos e outras maneiras que façam entender o que é o tabagismo e quais suas consequências para a saú-de e para a vida.-Se apresentar sintomas e/ou anormalidades na espiro-metria, usar este argumento para convencê-lo a parar de fumar.-Enfatizar que ele é quem deve decidir parar de fumar, pois o melhor é que a decisão seja "de dentro para fora".-A melhor maneira de parar de fumar é pela parada abrupta, ou tudo ou nada, numa data que será o dia D.-Se o paciente desejar, a cessação poderá ser por redu-ção progressiva do número de cigarros fumados diariamen-te, o que ocorrerá paralelamente ao controle dos fatores-gatilho indutores da necessidade de fumar.-Avaliar o suporte familiar-se o cônjuge ou outro co-abitante domiciliar é fumante, deve aderir ao programa, ou, pelo menos, não deve fumar na presença do paciente.-Com recursos e objetivos definidos, o médico e o pacien-te estabelecem um programa individualizado para cessação. ABORDAGEM BREVE SISTEMÁTICA Considerando que o tabagismo é uma doença crônica de dependência à nicotina e que, para a maioria dos pacientes, poderão ser necessárias diversas tentativas de cessação para que a abstinência seja persistente, entende-se que a aborda-gem breve é uma medida indispensável e que deve ser apli-cada sempre que houver oportunidade. Como a cada ano a maioria dos fumantes busca assistência médica, a consulta oferece uma excelente oportunidade para essa abordagem. A abordagem breve ("PAAPA") pode ser realizada na consulta de rotina, durante 3 a 5 minutos:-Perguntar a todo paciente se é fumante (se a reposta for positiva, prosseguir).
fatcat:fvvrezwofjgwnavj74shpvqm34