Experiência inicial utilizando a via radial no tratamento percutâneo de doença coronária

Clarissa Campo Dall'Orto, Guilherme Alves Lapa, Nádia de Mendonça Carnieto, Breno de Siqueira, João Batista de Oliveira Neto, Maria Fernanda Zuliani Mauro, Salvador André Bavaresco Cristóvão, Adnan Ali Salman, José Armando Mangione
2009 Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva  
RESUMO Introdução: A via radial é objeto de interesse crescente para procedimentos diagnósticos e terapêuticos, por possuir diversas vantagens, como comodidade para o paciente no pós-procedimento imediato, diminuição do tempo de internação com consequente redução dos custos hospitalares e menor índice de complicações no sítio de punção, quando comparada à via femoral. Método: Realizada análise retrospectiva de 2.027 pacientes consecutivos submetidos a intervenção coronária percutânea eletiva no
more » ... período de junho de 2006 a janeiro de 2008. Comparamos os pacientes tratados pelas vias radial e femoral (grupos VR e VF, respectivamente) em relação a características clínicas, angiográficas e do procedimento, e evolução tanto hospitalar como tardia. Resultados: Angioplastia coronária por via radial foi realizada em 27% dos pacientes. O grupo VR mostrou maior número de pacientes do sexo masculino (75% vs. 63,8%; P < 0,001) e com lesões uniarteriais (45,1% vs. 37,3%; P < 0,001). Não encontramos diferença em relação a disfunção do ventrículo esquerdo, tipo de lesão tratada ou uso de inibidor da glicoproteína IIb/IIIa. O sucesso angiográfico foi maior na via radial (99% vs. 97,3%; P = 0,046). Houve menor número de eventos cardíacos adversos maiores com a via radial nas fases tanto hospitalar (0,7% vs. 2%; P = 0,043) como tardia (11,3% vs. 16,3%; P < 0,005), em virtude da menor complexidade clínica e angiográfica dos pacientes. Conclusão: A técnica radial, na curva inicial de aprendizado dos operadores e em pacientes selecionados, mostrou excelentes resultados clínicos quando comparada à femoral. Sua incorporação à prática clínica poderá ser uma opção adicional na abordagem de pacientes com perfil mais complexo. Descritores: Artéria radial. Artéria femoral. Angioplastia transluminal percutânea coronária/métodos. Cateterismo cardíaco/métodos. Background: The radial access is object of increasing interest for diagnostic and therapeutic procedures, due to several advantages such as convenience for patients in the early post-procedure period, decreasing hospitalization time with a consequent reduction in hospital costs, and a lower puncture site complication rate when compared to the femoral approach. Methods: Retrospective analysis of 2,027 consecutive patients undergoing elective percutaneous transluminal coronary angioplasty (PTCA) from June, 2006 to January, 2008, comparing patients undergoing PTCA using radial and femoral access (RA group and FA group, respectively) in relation to clinical, angiographic and procedural characteristics, and early and late outcomes. Results: Radial access was used in 27% of the patients. The RA group included a larger number of males (75% vs. 63.8%; P < 0.001) with single vessel disease (45.1% vs. 37.3%; P < 0.001). There were no differences for left ventricular dysfunction, type of lesion or use of IIb/IIIa glycoprotein inhibitor. Angiographic success was greater with radial access (99% vs. 97.3%; P = 0.046). There were fewer major adverse cardiac events (MACE) with the use of radial access both during hospitalization (0.7% vs. 2%; P = 0.043) and the late follow-up (11.3% vs. 16.3%; P < 0.005), due to the lower clinical and angiographic complexity of the patients. Conclusion: The radial technique, in the initial learning curve of operators and in selected patients, showed excellent clinical results when compared to the femoral technique. Its use in the clinical practice might be an additional option in patients with a more complex profile.
doi:10.1590/s2179-83972009000200014 fatcat:iqi3gb4v5ze7ldukb3qgsitpwu