Grupo de psicoeducação diretivo e não-diretivo: impacto na adesão, conhecimento e qualidade de vida de portadores de Transtorno Afetivo Bipolar [thesis]

Milena Ferreira Cavelagna
Primeiramente, a Deus e a Nossa Senhora, razão da minha existência, por ser o meu alicerce em todos os momentos. Aos meus pais amados, José Mário e Maria Teresa, pelo amor, carinho, incentivo e oportunidades. Sem eles eu não teria chegado até aqui. A Terezinha (in memorian), minha querida avó, pelo incentivo aos meus estudos. Sempre acreditando em mim. À Profa Dra. Adriana I. Miasso, pela orientação, pela amizade, pelo carinho, pela visão de futuro que vislumbrou o tema desta pesquisa, pelo
more » ... o nas horas difíceis e pela dedicação a minha pessoa. Obrigada me deixar conviver com a grande pesquisadora e profissional que é. AGRADECIMENTOS A cada paciente participante do estudo, que se dispusera de seu tempo durante meses para participar do grupo e colaborar com a pesquisa. Muito obrigada! À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP, pela concessão da bolsa que permitiu a realização desta pesquisa, sem a qual não teria sido possível a minha dedicação integral ao mestrado. Ao meu namorado, Rodrigo Santana, por seu amor, encorajamento, compreensão e preocupação com o meu bem-estar durante todo o processo da pesquisa. Aos meus irmãos, Elaine e Miguel, pelo carinho, amor e cuidado durante toda a minha vida. Ao FeFê, meu sobrinho amado, com você a vida é muito mais colorida. À minha 'sogra' Maria Santana, agradeço pelo incentivo, pelas orações e por sua bondade. À banca examinadora de Qualificação: Profº Drº Manoel Antônio dos Santos e Profª Drª Maria Conceição Bernardo de Mello e Souza, pelas importantes contribuições ao meu mestrado. À Profª Drª Lucilene Cardoso, pelo auxílio e pelas sugestões valiosas para meu desenvolvimento na pesquisa. À Kelly Giacchero Vedana, agradeço por todo auxilio, sabedoria, em exatamente todas as etapas do mestrado. Pelo cuidado com que trabalhou comigo e minhas limitações cientificas. À Tatiana Longo Miguel, um especial obrigado, por contribuir com seu conhecimento e auxiliar na pesquisa. Aos funcionários do NSM, Luiza, Israel, Ivan, Marli, Dr. Marcos Ellovitch, Dra Karina e Dr. Flávio, pelo auxilio, disponibilidade e profissionalismo, em especial à Ângela Márcia por toda ajuda incondicional. Agradeço ao Departamento EPCH e à Seção de Pós-Graduação. Todos sempre solícitos e disponíveis quanto a orientações e dúvidas, assim como pela competência e profissionalismo com que exercem seus trabalhos. A Sessão de Criação e Produção Multimídia da EERP, pela confecção do cartão para controle do seguimento grupal que foi entregue aos pacientes, em especial ao Francisco Vessi, pela amizade e colaboração na pesquisa. Ao Gabriel e Cristina (Biblioteca Central), pelo auxilio e dedicação com que realizaram a correção das Referencias Bibliográficas. À Professora Magali Boemer e Tauana pela revisão do trabalho e cuidado com que me auxiliaram. Aos amigos que eu conquistei na Pós-Graduação, em especial à Emanuella Barros, que com seu sotaque "Sergipe" trouxe mais alegria a Ribeirão Preto. Obrigada pela força e amizade. A todos os meus amigos, em especial à Nati Gallo, Aidê Gaspar e Cris Cipolla, pelo carinho, amizade, incentivo e apoio em todo processo do mestrado. À Profª Drª Silvia H. B. Cassiani, pela confiança, carinho, amizade e por proporcionar-me oportunidades. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram na realização deste trabalho. "Os chineses acreditam que, antes que se possa vencer uma fera, primeiro é preciso embelezá-la. De algum modo estranho, tentei agir assim com a doença maníaco-depressiva. Ela foi um inimigo e companheiro fascinante, embora fatal. Considerei-a sedutoramente complicada, uma destilação do que há de melhor na nossa natureza e do que há de mais perigoso. Para poder enfrentá-la, precisei antes conhecê-la em todos os seus tons e disfarces infinitos, compreender seus poderes reais e imaginados. Como minha doença de início parecia ser simplesmente uma extensão de mim mesma, ou seja, dos meus entusiasmos, energias e humores naturalmente inconstantes, talvez eu tenha sido complacente demais com ela. E, como eu era da opinião de que deveria ser capaz de lidar sozinha com a violência cada vez maior das minhas oscilações de humor, durante os dez primeiros anos não procurei nenhum tipo de tratamento." (Uma mente inquieta, Kay Jamison). RESUMO Cavelagna, MF. Grupo de psicoeducação diretivo e não-diretivo: impacto na adesão, conhecimento e qualidade de vida de portadores de transtorno afetivo bipolar. 2012. 145f. Dissertação (Mestrado) -Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2012. O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é crônico, grave, prejudica a qualidade de vida (QV) do portador e requer tratamento medicamentoso contínuo, mas os portadores têm dificuldade em aderir à farmacoterapia. A psicoeducação pode propiciar a adesão medicamentosa, manejo adaptativo do transtorno, aumento da QV, entre outros benefícios. Este estudo teve como objetivos identificar e comparar o impacto da psicoeducação, em grupo diretivo (GD) e não-diretivo (GND), no conhecimento do portador sobre o TAB e medicamento, na sua adesão à terapia medicamentosa, na sua QV e verificar como ele percebe seu cotidiano, antes e após a psicoeducação. Trata-se de estudo de intervenção, longitudinal, tipo follow-up, com abordagem quali-quantitativa. A amostra incluiu 28 portadores de TAB, não aderentes à farmacoterapia, acompanhados em um Núcleo de Saúde Mental (NSM). Os participantes foram distribuídos, por sorteio, em três grupos: grupo controle (GC), composto por 12 pacientes, GD e GND, com oito pacientes cada. Ambos os grupos de intervenção foram submetidos a 21 sessões semanais de psicoeducação (com temas pré-definidos para o GD e temas definidos pelos pacientes no GND) e três encontros de follow-up, além do tratamento padrão oferecido pelo NSM. O GC foi submetido ao tratamento padrão oferecido pelo NSM. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada norteada pelos instrumentos: Teste de Morisky e Green, Instrumento de avaliação do grau de conhecimento sobre a terapêutica medicamentosa, WHOQOL-bref e roteiro elaborado pela pesquisadora. Para a análise dos dados quantitativos foi utilizado o programa SAS 9.0 e para os dados qualitativos, a Análise de Conteúdo. Os resultados revelaram que ambos os grupos, GD e GND, interferiram positivamente no aumento do conhecimento do paciente sobre o nome e dose do medicamento utilizado, em relação ao GC, porém, não diferiram entre si. Parte dos pacientes passou a aderir aos medicamentos, em diferentes momentos, nos grupos GD e GND, entretanto não foram verificadas diferenças significativas em relação ao GC ou associação entre tipo de grupo (GD e GND) e adesão. Observou-se aumento não significativo da QV no GD e diminuição no GND em todos os domínios. Não foram observadas diferenças significativas na QV entre grupos de intervenção bem como entre os mesmos e o GC. Três categorias revelaram elementos significativos do cotidiano dos portadores de TAB, antes e após a participação no grupo de psicoeducação: "A compreensão e aceitação do transtorno", "O desejo de estabelecer trocas" e "As limitações no cotidiano". A psicoeducação grupal promoveu entendimento do TAB, trocas de experiências, atenuação de algumas limitações decorrentes do transtorno e o enfrentamento adaptativo de limitações não superadas. Considerando o importante papel dos grupos de psicoeducação no cotidiano dos sujeitos deste estudo, constitui desafio a implementação dessa abordagem terapêutica pela equipe de saúde dos serviços de assistência ao portador de transtorno mental. Palavras chaves: Transtorno Bipolar; Estrutura de Grupo; Qualidade de vida; Adesão à medicação. ABSTRACT Cavelagna, M. F. Directive and non-directive psychoeducational group: impact on adherence, knowledge and quality of life of patients with bipolar affective disorder. 2012. 145p. Dissertation (MSc) -University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing, Ribeirão Preto, 2012. The Bipolar Affective Disorder (BD) is chronic, severe, and affects the patient's quality of life (QoL) and requires continuous drug treatment, but patients have difficulty adhering to pharmacotherapy. Psychoeducation can provide medication adherence, adaptive management of the disorder, increase of the QoL, among other benefits. This study aimed to identify and compare the impact of psychoeducation, in a directive (DG) and non-directive group (NDG), in the knowledge of the patients on the BD and medication, in their adherence to drug therapy, in their QoL, and verify how they perceive their daily life, before and after psychoeducation. This is a longitudinal follow-up and intervention study with quali-quantitative approach. The sample included 28 patients with BD, who were non-adherent to pharmacotherapy, assisted at a Mental Health Center. Participants were randomly assigned into three groups: control group (CG) composed of 12 patients, DG and NDG composed of 8 patients each. Both intervention groups were submitted to 21 weekly sessions of psychoeducation (with pre-defined themes for the DG and themes defined by the patients for the NDG), and three follow-up meetings, in addition to standard treatment offered by the Mental Health Center. The CG was submitted to standard treatment offered by the Mental Health Center. Data collection occurred through semistructured interview guided by the instruments: Morisky and Green Test, Instrument for the assessment of the degree of knowledge about drug therapy, WHOQOL-bref, and script developed by the researcher. For the quantitative data analysis, the SAS 9.0 software was used, and for the qualitative data, the content analysis. Results revealed that both groups DG and NDG interfered positively in the increase of patient's knowledge regarding the name and dose of medication used in relation to the CG, however, they did not differ among themselves. Some of the patients began to adhere to medications at different times, in the directive and non-directive groups; however there were no significant differences in relation to the CG or association between the type of group (GD and NDG) and adherence. It was observed a non significant increase in QoL regarding the DG and a decrease regarding the NDG related to all domains. There were no significant differences in QoL among the intervention groups as well as among them and CG. Three categories showed significant elements of daily life of patients with BD before and after participation in the psychoeducational group: "The understanding and acceptance of the disorder," "The desire to establish exchanges" and "Limitations in daily life." The psychoeducational group promoted understanding of the BD, exchange of experiences, attenuation of some limitations resulting from the disorder, and cope with limitations not exceeded. Considering the important role of the psychoeducational groups in the daily life of the participants of this study, the implementation of this therapeutic approach by the health care team of health services for the mentally ill is a challenge. RESUMEN Cavelagna, M. F. Grupo de psicoeducación directivo y no directivo: impacto en la adhesión, conocimiento y calidad de vida de pacientes con trastorno afectivo bipolar. 2012. 145h. Disertación (Maestría) -Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto de la Universidad de São Paulo. Ribeirão Preto, 2012. El trastorno afectivo bipolar (TAB) es crónico, grave, afecta a la calidad de vida (CV) del paciente y requiere tratamiento farmacológico continuo, pero los pacientes tienen dificultad para adherirse a la farmacoterapia. La psicoeducación puede proporcionar adherencia a la medicación, manejo adaptativo del trastorno, aumento de la CV, entre otros beneficios. Este estudio objetivó identificar y comparar el impacto de la psicoeducación en los grupos directivo (GD) y no directivo (GND), en el conocimiento del paciente acerca del TAB y medicación, en su adherencia al tratamiento medicamentoso, en su calidad de vida, y verificar como percibe su cotidiano, antes y después de la psicoeducación. Se trata de un estudio de intervención, seguimiento longitudinal, con abordaje cualitativo y cuantitativo. La muestra incluyó 28 pacientes con TAB, no adherentes al tratamiento farmacológico, asistidos en un Núcleo de Salud Mental (NSM). Participantes fueron asignados al azar en tres grupos: grupo control (GC) compuesto por 12 pacientes; GD y GND, 8 pacientes cada uno. Ambos grupos de intervención fueron sometidos a 21 sesiones semanales de psicoeducación (con temas pre-definidos para el GD y temas definidos por los pacientes en el GND) y tres reuniones de seguimiento, además del tratamiento estándar ofrecido por el NSM. El GC fue sometido a un tratamiento estándar ofrecido por NSM. Los datos fueron recolectados a través de entrevista semi-estructurada norteada por los instrumentos: Test de Morisky y Green, Instrumento de evaluación del grado de conocimiento sobre el tratamiento farmacológico, WHOQOL BREF y guía preparado por la investigadora. Para el análisis de datos cuantitativo, el programa SAS 9.0 fue utilizado, y para los datos cualitativos, el análisis de contenido. Resultados revelaron que ambos grupos, GD y GND, interfirieran de manera positiva en el aumento de conocimiento del paciente acerca del nombre y la dosis de medicamento utilizado en relación al GC, sin embargo, no diferirán entre ellos. Algunos de los pacientes adherirán a los medicamentos en diferentes momentos, en los grupos GD y GND, sin embargo, no fueron verificadas diferencias significativas en relación al GC o asociación entre el tipo de grupo (GD y GND) y la adherencia. Fue observado aumento no significativo de la calidad de vida en el GD y disminución en el GND en todos los dominios. No hubo diferencias significativas en la calidad de vida entre los grupos de intervención, así como entre éstos y el GC. Tres categorías mostraron elementos significativos del cotidiano de los pacientes con TAB, antes y después de la participación en el grupo de psicoeducación: "La comprensión y aceptación del trastorno", "El deseo de establecer intercambios" y "Limitaciones en el cotidiano". El grupo de psicoeducación promovió la comprensión del TAB, intercambiar experiencias, atenuación de algunas limitaciones derivadas del trastorno y el enfrentamiento adaptivo de limitaciones no superadas. Considerando el importante papel de los grupos de psicoeducación en el cotidiano de los sujetos de este estudio, constituye desafío a la implementación de este abordaje terapéutico por el equipo de salud de los servicios de asistencia al paciente con trastornos mentales. Palabras clave: Trastorno Bipolar; Estructura del Grupo; Calidad de vida; Adherencia a la medicación.
doi:10.11606/d.22.2012.tde-05112012-203023 fatcat:zhqtbcuvebd55g6oboo4sg7ze4