Algumas reflexões sobre o mapeamento geotécnico

Lázaro Valentim Zuquette, Nilson Gandolfi
1992 Anuário do Instituto de Geociências  
A de uma região ocorre de maneiras diversas, sempre baseada em decisões políticas e nas possíveis atividades a serem desenvolvidas, quase sempre relegando as informações sobre o meio ambiente. A ocupação adequada de uma região deve buscar um equilíbrio antrópica entre as ações antrópicas e o meio ambiente (meio fisico, meio biológico, ações antrópicas, condições sócio-econômicas e suas inter-relações). Dentre os componentes do meio ambiente, o meio fisico é a base para a implementação de
more » ... r tipo de ocupação. Assim, para o planejamento adequado de uma área é necessário ter conhecimento básico entre o seu meio fisico (rochas, materiais inconsolidados, águas, relevo, condições climáticas e suas inter-relações). O conhecimento do meio fisico é obtido através de um processo de mapeamento que o análise como um conjunto e avalie o comportamento dos seus componentes em termos de geotécnia e suas características de interesse à implementação das formas de ocupação. Os documentos produzidos por este processo compõem o mapeamento geotécnico e tem sempre o objetivo de orientar e não substituir as investigações geotécnicas locais. A elaboração do mapeamento geotécnico deve se basear numa metodologia que oriente os trabalhos envolvidos nas diferentes etapas, assim como analisar quais os atributos do meio físico e os níveis em que devem ser considerados para cada escala. O conhecimento do meio físico tem importância fundamental, seja na orientação da ocupação, na elaboração de Eias/Rimas e mesmo na recuperação de áreas degradadas. No Brasil, diversos trabalhos já foram elaborados em diferentes regiões por equipes ligadas às universidades, às empresas, aos institutos isolados de pesquisa e aos órgãos de prestação de serviços. A nosso ver, um mapeamento geotécnico, para ser eficiente, deve estar apoiado em uma metodologia que atenda os seguintes pressupostos básicos: -os atributos a serem considerados e o nível de heterogeneidade aceitável e a classificação desses, variam em função da escala; -a necessidade de ordenar a obtenção dos atributos quantitativos e qualitativos; -deve-se homogeneizar as informações para que não ocorram excessos ou deficiências localizadas; -definir como, quanto e onde realizar as amostragen' s; -deve existir um documento básico (mapa topográfico adequado) para que mapeamentos específicos sejam elaborados em sequência, assim como estudos científicos sejam executados em locais determinados em termos de geologia de engenharia, pedologia, hidrologia, geomorfologia, biologia, geografia, etc.; -definir as atividades que deverão ser desenvolvidas em cada uma das três fases do mapeamento geotécnico (preliminar, de escritório e campo; fase de campo e fase conclusiva); -estabelecer o nível de generalização das informações que serão mais adequado; -realizar o mapeamento a um custo final que possa ser considerado baixo. 18 1
doi:10.11137/1992_0_181-184 fatcat:memy4mtrcbfqpikdrbax3f2jby