Lentes progressivas: análise dos campos intermediário e de perto por deflexometria
Celso Marcelo Cunha, Renato José Bett Correia, Antonio Augusto Sardinha Neto
2013
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia
INTRODUÇÃO O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Censo 2010 es tima que no Brasil existam cerca de 63 milhões (34% da população) de pessoas acima de 40 anos (1) . A presbiopia, sendo uma redução natural da capacidade acomodativa, está presente na maioria dos pacientes a partir da quinta década de vida (2) . As lentes progressivas (LP), sem linha divisória entre os campos de visão de longe, intermediária e de perto, são largamente utilizadas para os présbitas amétropes (3) . As LP
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... têm passado por diversas etapas de evolução nos últimos 50 anos, porém, para ter os poderes dióptricos diferentes em cada campo, ainda mantêm áreas ao lado do corredor progressivo com aberrações em todas elas, chamadas de astigmatismo induzido (AI), ou também de astigmatismo irregular ou áreas de aberrações, em variáveis quantidades e distribuições (2, 4) . Existem vários fabricantes de LP, e mais de 150 modelos estão disponíveis no Brasil, no entanto, poucas informações técnicas sobre os AI são fornecidas aos oftalmologistas e ópticos. Existem poucos es tudos sobre estas informações na literatura mundial, sendo a maioria estudos subjetivos baseados na satisfação dos pacientes (5) . O objetivo deste estudo foi determinar as áreas da visão inter mediária e de perto nas LP em duas adições distintas, por meio de um deflexômetro. A inadequação das áreas de perto e intermediária RESUMO Objetivo: Avaliar por deflexometria as diferentes regiões das lentes progressivas e determinar as áreas dos campos de visão intermediário e de perto. Métodos: Foram incluídas vinte e duas lentes progressivas com poder +1,00 DE para longe e duas adições diferentes (adição 1,00 e 2,00, 11 de cada). Mediramse as áreas dos campos intermediário e de perto entre as isoastigmáticas de 0,5 DC. Resultados: Encontraramse diferenças significativas entre as áreas dos campos intermediário e de perto das lentes estudadas. Entre a área do campo intermediário e a adição observouse correlação inversa; entre a área do campo intermediário e a extensão vertical do corredor encontrouse correlação direta. Conclusão: Com esses dados permitemse recomendar as lentes de acordo com o campo de maior necessidade visual de cada usuário. Descritores : Presbiopia/terapia; Lentes; Refração; Óptica e fotônica ABSTRACT Purpose: To determine near and intermediate vision areas of progressive addition lenses by means of a deflectometer. Methods: Twenty-two progressive addition lenses with +1.00 SD far power and two different additions (add 1.00 and 2.00; eleven subjects in each addition) were studied. Near and intermediate vision areas within 0.50 CD isoastigmatic lines were determined. Results: There are significant differences between near and intermediate vision areas of the studied lenses. There is also an inverse correlation between the addition and intermediate areas as well as direct relation between the vertical length of the corridor and its area. Conclusion: Based on those findings, progressive addition lenses can be selected to suit the wearer's visual requirements.
doi:10.1590/s0004-27492013000100010
pmid:23812525
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