A construção do campo Comunicação/Educação
Maria Aparecida Baccega
1999
Comunicação & Educação
A construção do campo comunicaçãoleducação como novo espaço teórico capaz de fundamentar práticas de formação de sujeitos conscientes é tarefa complexa, que exige o reconhecimento dos meios de comunicação como um outro lugar do saber, atuando juntamente com a escola. Para avançar nessa elaboração, é preciso buscar conhecer o lugar onde os sentidos se formam e se desviam, emergem e submergem: a sociedade, com seus comportamentos culturais, levando-se em conta, principalmente, a pluralidade de
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... eitos que habita cada um de nós. Na complexidade desse encontrocomunicaçãoleducaçãoos sentidos se ressignificam e a capacidade de pensar criticamente a realidade, de conseguir selecionar informação (disponível em número cada vez maior graças à tecnologia, Internet, por exemplo) e de inter-relacionar conhecimentos, torna-se indispensável. Afinal, como viver numa sociedade onde a circulação de bens simbólicos está imbricada na sua própria porosidade, parecendo levar à perda da vitalidade? Qual o campo cultural no qual circulamos e no qual formamos nossa identidade? Conhecer seus mecanismos é um dos caminhos para que o jogo sujeitolobjeto (este, constituído pelos bens simbólicos, que são as formas simbólicas mercantilizadas) seja operado num processo de interação efetiva e não de mera subordinação. Em nossa sociedade, mesmo o consumo de bens materiais vem cercado de significados simbólicos (passear num Uno Mille é bem diferente de passear num Marea, embora ambos sejam carros da mesma empresa e se destinem às mesmas finalidades). Com isso estarnos querendo ressaltar que, mesmo quando a materialidade é uma das faces de um bem, a outra é a sua face simbólica, ou seja, agregam-se ao material os valores de uma determinada cultura. Em outras situações, o uso e circulação de bens simbólicos incidem predominantemente sobre sua face cultural, sua face propriamente simbólica. É o que ocorre com o uso de um certo tipo de cabelo (o penteado afro, por exemplo) ou de roupas (como as batas), bens simbólicos utilizados por um grupo étnico para marcar uma identidade, incidindo, portanto, diretamente na esfera cultural, como lembra Solange M. Couceiro de Limal. Maria A~areciua ua ora Livre-C icações e P d da Revistz bcente do 1 utes da EC i Comunka! Departamen
doi:10.11606/issn.2316-9125.v0i14p7-16
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