Afinal, por que somos tantas psicólogas?

Fúlvia Rosemberg
1984 Psicologia: Ciência e Profissão  
Acho que decidi fazer psicologia quando tinha 16 anos. Devia estar cursando o 1.° ou 2.° clássico. É certo que uma orientação humanística já havia sido feita: como tantas outras adolescentes, com 14 anos tinha "escolhido" o clássico. A razão desta 1. a "decisão" foi confusa, mas me lembro de argumentos meus e dos outros do tipo: "A Fúlvia não dá para Matemática". Outras irmãs (e mesmo minha mãe) antes de mim, já apontavam a direção: uma normalista e outra cursando direito. Entre os meninos,
more » ... irmãos, as opções foram mais diversificadas: científico, clássico, seminário. Como gostava de estudar e não me via trabalhando logo, acho que por isso recusei o normal. Fui parar, então, no clássico, iniciando um longo conviver em gueto sexual: no clássico éramos provavelmente 30 mulheres e uns 5 homens. No cursinho, não consigo me lembrar de rapazes: em plena * Este texto constitui versão revista e atualizada do artigo "Psicologia: Profissão Feminina" publicado nos "Cadernos de Psicologia
doi:10.1590/s1414-98931984000100002 fatcat:63tr2mha6rb2vj4izq6qz23wjq