DA TRAÇA DE TERZI AO PLANO AGUIAR: QUATRO SÉCULOS DE ESTRATÉGIA URBANA
Isabel Pratas, Sousa De Macedo
unpublished
Resumo O traçado urbano que hoje conhecemos da cidade de Setúbal resulta de uma complexa-e ainda pouco estudada-sobreposição de intervenções que se processaram desde, pelo menos, o século XIII, não se observando, contudo, significativas rupturas na unidade da sua estrutura urbana medieval. A evolução deste núcleo, em termos da sua morfologia, não pode ser dissociada do seu sistema socioeconómico-expandindo-se sempre ao longo da frente ribeirinha, e desta para o seu interior-nem tão pouco das
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... essidades defensivas que fundamentaram as estratégias de construção de estruturas fortificadas, no século XIV e, mais tarde, no século XVII, as quais condicionaram o crescimento urbano. Alguns investigadores têm recorrido ao uso da cartografia desta região para contextualizar e ilustrar os seus estudos, sendo raros os casos em que se faz uma análise do documento gráfico como objecto de estudo. Assim, ao longo dos últimos anos e através de diversas publicações, foi possível coligir a cartografia relativa a Setúbal e até traçar períodos cronológicos isolados do crescimento urbano, baseados nessa análise, mas urge agora sistematizar as representações de todas as épocas e procurar entender as estratégias de desenvolvimento implícitas em cada uma. É esta historiografia de decisões estratégicas sobre Setúbal ao longo de quase quatro séculos e das consequentes transformações urbanísticas, melhor ou pior expressas na produção cartográfica coligida, que não se encontra feita, e que, como tal, na perspetiva de contributo para o conhecimento da história local, nos propomos analisar e difundir. Palavras-chave: Setúbal, estratégia urbana, fortificações militares. Abstratct The urban layout we know today results from a complex-and still little studied-superimposition of interventions which have been developing from at least as early as the 13th century, but which do not seem to signify major disruptions in the unity of its medieval urban structure. The evolution of this centre, in terms of its morphology, cannot be disassociated from its socioeconomic system, constantly expanding along the riverfront, and from there into its interior, nor from its defensive needs, that justified the construction strategies used in the fortifications built in the fourteenth century and later in the seventeenth century, which conditioned the urban growth. Some researchers have used maps and charts of this region to contextualise and illustrate their studies, but cases in which the graphic document are analysed as an object of study are rare. So, over the years and through various publications, it was possible to collect the various maps relating to Setúbal, and to trace chronological and isolated periods from its urban growth, based on this analysis, but it is urgent now to systematize all this representations and try to understand the urban, military or built strategies implicit in each one of them. It is this history of strategic decisions about Setubal over almost four centuries and the consequent urban transformations that actually occurred, better or worse expressed in this cartographic production collected, that we propose to analyse and disseminate.
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