PROPOSTAS PARA IR ALÉM DA "PERSISTÊNCIA DA BURRICE" E OUTRAS "IDEIAS ZUMBI" NA EJA

Sandra Regina Sales, Gustavo Fischman
2016 Revista TEIAS  
Você já se perguntou alguma vez o que faz ideias impensáveis se tornarem pensáveis? Ou talvez, de uma forma menos ambiciosa: o que é necessário para mudar o modo de as pessoas pensarem e sentirem em relação a tradições que causam danos? Acreditamos que explorar a maneira de abordar estas questões não é um exercício trivial para cientistas sociais, e é particularmente relevante para pesquisadores em educação de jovens e adultos (EJA), bem como para os que atuam na formação de professores. A EJA
more » ... o Brasil parece ser caracterizada em documentos oficiais (BRASIL, 2008); por pesquisadores do campo (RUMMERT, VENTURA, 2007; GALVÃO, DI PIERRO, 2007); pela mídia (FISCHMAN, SALES, 2012) como um sistema historicamente impactado por circunstâncias adversas que afetam negativamente a alunos e educadores e, sobretudo, aos mais vulneráveis. Uma das evidências dessa caracterização negativa, muito corrente na sociedade brasileira, inclusive entre os próprios alunos da EJA, é a ideia de que aqueles que não aprendem na infância são considerados (ou se consideram) "burros" ou "cabeças-duras", que terão muita dificuldade para aprender fora da dita idade certa, ou não aprenderão já que "papagaio velho não aprende a falar". Na falta de um melhor nome, chamamos esta ideia de "persistência da burrice" e caracterizamos a mesma como uma ideia "zumbi."
doi:10.12957/teias.2016.25004 fatcat:iz5uo7z7mvarlpdy3bsahg7xcu