Introdução Orkut, Second Life, o mais recente microblogue Twitter, comunidades virtuais, avatares, softwares sociais, mensagens instantâneas, ambientes colaborativos, videogames, realidade virtual e blogues 1 são, frequentemente, tópicos de reflexões e discussões, seja com entusiasmo, ou com receio e descrédito, sobretudo quando se levanta a questão do desenvolvimento das relações entre as gerações que dominam já o uso destas ferramentas. Nessas discussões, as opiniões dividem-se entre aqueles

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... ue veem esta configuração como uma quebra de barreiras físicas e culturais e aqueles que consideram que estamos diante de uma "superficialização" das relações humanas e da relação com o mundo. O expansivo acesso aos ambientes virtuais faz crescer cada vez mais o número de pessoas sujeitas à imersão de seus "eus" nesses ambientes: o ciberespaço. Os blogues ficcionais e, sobretudo, os pessoais, permitem-nos visualizar espaços de autorrepresentação e autoexposição da figura de si, cujo resultado imediato é, sim, o direcionamento à invasão de privacidade do outro proporcionado pelo próprio escritor do blogue. Entendemos, então, que os blogues são espaços de representação (ficcionais ou reais?) de identidades múltiplas e complexas, polimorfas, que caracterizam o processo de construção de identidades (virtuais), alimentadas não apenas pela "espetacularização do eu" (AZEVEDO, 2007, p. 1), mas, também, pelo ávido interesse do "outro" e pela necessidade em falar de si mesmo. Diferentemente da ideia do diário secreto guardado a sete chaves, o blogue é um espaço aberto, cuja realidade se mescla à ficção sem qualquer espécie de censura ou meias