#082 Attachments de bola desgastados: resolução sem substituição – sobre um caso clínico

2019 Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentaria e Cirurgia Maxilofacial  
tipo gengival espesso optou -se pela realização de cirurgia de retalho de reposionamento lateral associado a um enxerto de tecido conjuntivo. Discussão e conclusões: Os enxertos gengivais pediculados baseiam -se na utilização do tecido gengival apical ou lateral à recessão e à sua movimentação de forma a recobrir a raiz. O recurso a esta técnica requer a presença de alguns requisitos: (1) quantidade suficiente de gengiva aderida (≥ 4 mm) apical ou lateralmente à recessão, para movimentar; (2)
more » ... ealmente um fenótipo gengival espesso (≥ 1 mm de espessura) por forma a dividir o retalho pediculado em espessura parcial e, (3) uma recessão gengival relativamente estreita (≤ 4 mm da largura radicular). Atendendo à falta de gengiva queratinizada optou -se por associar um enxerto de tecido conjuntivo, garantindo um aumento da espessura gengival maior do que a alcançada com o enxerto pediculado isoladamente. Adicionalmente permite a reposição dos parâmetros estéticos (morfologia e cor) perdidos. A correta seleção dos casos é fundamental para a obtenção dos resultados pretendidos, mas também para uma melhor gestão das expectativas do clínico e, sobretudo, dos pacientes. Neste caso o enxerto pediculado foi a opção por ser mais previsível do que o gengival livre num dente vestibularizado, revelando ser uma opção terapêutica viável para o tratamento de um caso de RT2. Introdução: A utilização de attachments metálicos cimentados em raízes naturais é uma excelente solução para aumentar a retenção, suporte e estabilidade de próteses dentárias, proporcionando uma satisfação superior relativamente às próteses convencionais. Embora a parte retentiva em teflon seja a mais atingida pelo desgaste, a fricção contínua entre metal e teflon provoca desgaste no componente metálico ao longo do tempo, o que diminui a retentividade das próteses. Estando a parte metálica cimentada a uma raiz, a sua remoção pode conduzir à fratura do dente pilar, comprometendo a viabilidade do tratamento. Encontrar uma solução alternativa e eficaz torna -se, pois, fundamental. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, portadora de sobredentadura mandibular apoiada sobre as raízes dos caninos, cuja queixa principal era a falta de retenção e estabilidade da prótese. O exame clínico revelou a existência de um sistema tipo espigão fundido cimentado nas raízes dos dentes 33 e 43, com dois attachments de bola que apresentavam desgaste evidente. A abordagem do caso procurou evitar a descimentação dos attachments, recuperando a sua função. Neste sentido, utilizou -se o sistema Concave reconstrutivo esférico da Rhein 83, USA, disponível no mercado. O fabricante recomenda a preparação dos attachments de bola desgastados com brocas cilíndricas diamantadas e discos de polimento, a fim de os calibrar para posterior assentamento das novas esferas. Estas foram depois cimentadas com cimento de ionómero de vidro modificado autopolimerizável, FujiCEM2, GC. Por fim, as cápsulas de teflon foram substituídas e recapturadas em boca, verificando -se a oclusão. Discussão e conclusões: A sobredentadura sobre dentes é um tratamento protético simples e económico que, evitando o completo edentulismo, diminui a reabsorção óssea em torno dos dentes pilares, mantém os recetores periodontais e melhora a proporção coroa/raiz devido à secção coronária. Não isenta de limitações, a sobredentadura é um tratamento com boa aceitação por pacientes e médicos dentistas. A sua colocação pressupõe uma higienização cuidada dos dentes pilares e um controlo periódico das bases com eventual rebasamento e manutenção da dimensão vertical de oclusão. Este processo permitiu melhorar a retenção da sobredentadura ainda que os attachments de bola estivessem desadaptados e deformados, evitando a sua descimentação. Um ano após esta intervenção a sobredentadura mantém -se estável e retentiva. Introdução: Na elaboração de um planeamento para reabilitação com prótese removível a preparação pré -protética é uma etapa importante. Nesta fase, urge fazer uma análise da oclusão e decidir se esta será mantida, ou não, na reabilitação protética. De forma a melhorar a oclusão observada, poderão ser realizados ajustes oclusais por subtração, através de desgastes seletivos ou adição (restaurações). A recente evolução das tecnologias digitais conduziram uma alteração significativa dos conceitos de diagnóstico e tratamento em Prostodontia, porquanto a informação obtida através dos scanners e dos programas de desenho virtual (CAD) deverá ser utilizada para correta execução do tratamento. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, 59 anos, ASA II dirigiu -se à Clínica Dentária Universitária da Universidade Católica de Viseu, para reabilitação do maxilar inferior. A paciente apresenta uma Classe II de Kennedy, tendo sido planeada a execução de uma prótese parcial removível. Após análise clínica e radiográfica verificou -se a existência de plano oclusal com alterações relevantes, devido à extrusão acentuada dos dentes 16, 15 e 14 por falta de dentes antagonistas. Foi efetuado o ´scanner intra -oral´ do 1.º e 4.ºQ quadrante com o scanner DentalWings ® Straumann e planeadas as reduções oclusais necessárias em CAD (programa Freeform Plus), por forma a corrigir a curva de Spee. Foi então desenhada uma guia de redução dentária com o programa Freeform Plus ® , posteriormente impressa numa impressora 3D Anycubic Photon -S, para facilitar o procedimento laboratorial e clínico. Foram efetuados os procedimentos necessários para a realização de uma Prótese Parcial Removível Esquelética até à etapa laboratorial de montagem dos dentes inferiores. Nessa etapa, o técnico de prótese reduziu a face oclusal do 16, 15 e 14 utilizando a guia previamente fabricada, e montou os dentes in-34 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2019;60(S1):1-73
doi:10.24873/j.rpemd.2019.12.544 fatcat:psavexx3kzftpkqjbkiyp5kpga