Filosofía jurídica e Política na poesía luso-árabe

Paulo FERREIRA DA CUNHA
1993 Revista Española de Filosofía Medieval  
0. Uma certa manha, ha ja uma meia duzia de anos, num enorme anfiteatro, dava eu uma li~ao sobre direito mu~ulmano. Dizia o que aprendera com os comparatistas, sobretudo franceses, com urn Rene David ou urn Eric Agostini. Repetia uma li~ao alheia, sem intuitos inovadores ou polemicos. No fim da aula, enquanto arrumava as minhas notas, vejo descer do cimo do anfiteatro, com passos possantes e sonoros, urn estudante enorine, muito moreno, e de olhar profunda. -«0 senhor Doutor falou hoje sobre o
more » ... ireito mu~ulmano». -disse-me, em voz arrastada e algo cantante, como a de urn Alentejano. -«Sim, com efeito. 0 Senhortem alguma duvida ... ?>>-retorqui eu, pressentindo uma severa critica na expressao do estudante. 0 aluno ficou calado, e eu perguntei-me se teria cometido algumagafe. Reverenciador que sou do Islao, tal era pouco provavel. Mas teria chocado de alguma forma o. meu interlocutor ?. Atalhei, como que desculpando-me: -«0 senhor sabe, n6s nao lemos 0 arabe~ 0 que conhecemos do direito mu9ulmano e por tradu9oes ... » Impavido, o estudante respondeu, finalmente: 1 0 presente texto retoma e aprofunda o nosso Droit et sag esse juridique dans Ia poesie luso-arabe. contribui~ao para o Coloque «Le Maroc et le Portugal: Dialogue de Cultures», Rabat, 11 -15 de Deze~?ro de 1991, organizado
doi:10.21071/refime.v0i.9934 fatcat:y7qcssaolrgzrkea2x6wzlejke