A MUSICALIDADE EXTRA MUSICAL OU A EXTRA MUSICALIDADE MUSICAL DE RICARDO RIZEK
Paulo José, Siqueira Tiné
unpublished
Resumo: Artigo sobre o professor de música e filosofia Ricardo Rizek. Ricardo trabalhou com análise musical a partir de princípios estéticos e filosóficos, comparando música a conceitos matemáticos e filmes analisados. No campo da música gostava de mostrar relações ocultas em obras de Bach, Brahms, Schoenberg e Bártok. Sua principal base filosófica foi a abordagem pessoal de Heidegger, Paltão e pensadores "tradicionais" como Rene Guenon, Henry Corbin e o filósofo brasileiro Mario Ferreira dos
more »
... ntos. Palavras chave: Ricardo Rizek, Música, Estética Musical, Filosofia Perene. INTRODUÇÃO Ricardo Rizek (1953-2006) foi professor particular de Estética e Música em São Paulo desde o final da década de 1970 bem como, ao final da vida, professor de Filosofia do Colégio Vértice e Composição Musical da UniFIAMFAAM. Bacharel em História pela USP publicou alguns artigos, o prefácio para a reedição do livro "Pitágoras e o Tema do Número" de Mário Ferreira dos Santos (2000), concluiu o Mestrado em Artes pela ECA-USP e realizou alguns poucos arranjos corais. Foi professor de diversos músicos e artistas na cidade de São Paulo com uma abordagem pessoal e filosófica a respeito da arte e assuntos relacionados. Durante os anos em que lecionou muitas gravações de suas aulas foram realizadas por alunos, amigos e admiradores. O presente artigo procura desenvolver de forma adaptada a música o conceito de imaginação criativa, a partir de sua construção pelo antropólogo Henry Corbin (1903-1978). MUSICALIDADE EXTRA MUSICAL É muito comum nos perguntarmos sobre quais conteúdos uma música discorre. Seria a música um significante sem significado que o homem, teimosamente, insiste em atribuir significações? Se algumas civilizações atribuem, coletivamente, significados extramusicais a escalas, ritmos e melodias-como as Ragas noturnas da Índia, os ritmos da tarde dos Yorubas, o toque dos Orixás e os modos da antiga Grécia-o Ocidente caminhou, a partir do romantismo, para significados cada vez mais pessoais e individuais que variam de compositor para compositor e também de intérprete para intérprete, na
fatcat:tqsbj3bkmnddzd7radzcob5wdu