Uso da realimentação pós-operatória ultra precoce e seu impacto na redução de fluidos endovenosos

Anna Carolina Franco, Alberto Bicudo-Salomão, José Eduardo Aguilar-Nascimento, Talissa Bandeira Santos, Renan Vicente Sohn
2020 Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões  
RESUMO Objetivo: investigar em uma série de casos de pacientes submetidos a operações de médio porte em cirurgia geral, o uso da conduta de realimentação pós-operatória "ultra precoce"(dieta oral líquida oferecida na recuperação pós-anestésica), avaliando-se o volume de fluidos endovenosos recebidos no pós-operatório por estes pacientes, assim como a ocorrência de complicações e o tempo de internação hospitalar. Métodos: estudo prospectivo, observacional. Avaliou-se a aderência à rotina de
more » ... mentação "ultra precoce", abreviação do jejum pré-operatório, volume de hidratação venosa perioperatório, tempo de internação e morbidade operatória. Resultados: um total de 154 pacientes com média da idade de 46±15 anos, foram acompanhados. Realimentação "ultra precoce" foi realizada em 144 casos (93,5%). Pacientes que não receberam realimentação "ultra precoce" receberam volume significativamente maior de fluidos endovenosos no pós-operatório do que pacientes realimentados de maneira "ultra precoce" (500ml versus 200ml, p=0,018). O tempo de internação foi de 2,4±2,79 dias (realimentação convencional) versus 1,45±1,83 dias (realimentação "ultra precoce"), sem diferença estatística (p=0,133).Não houve diferença no percentual de complicações gerais (p=0,291), vômitos (p=0,696) ou infecção do sítio cirúrgico (p=0,534). Conclusão: a realimentação "ultra precoce" apresentou-se como uma conduta de elevada aderência em operações de médio porte em Cirurgia Geral nesta série de casos e, esteve relacionada a infusão de volume significativamente menor de fluidos endovenosos no pós-operatório, com índices baixos de complicações e sem impacto no tempo de internação.
doi:10.1590/0100-6991e-20202356 pmid:32555960 fatcat:itmvqq4izrgmxbxouvizmpfhry