Uso da biomembrana de látex em cavidade exenterada: relato de caso
Fernando Fugimoto, Ana Carolina Jervásio, Alexandre Kazuo Misawa, Renato Garcia, Suzana Matayoshi
2007
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia
Uso da biomembrana de látex em cavidade exenterada: relato de caso INTRODUÇÃO Neste trabalho apresentamos o uso inédito da biomembrana de látex na reepitelização da cavidade orbitária pós-exenteração. A biomembrana, produzida do látex extraído da seringueira Hevea brasiliensis pode ser usada em reparo de defeito parcial de esôfago, ressecções extensas de parede abdominal, substituição parcial de pericárdio, meringoplastias e reconstrução conjuntival; e também na cicatrização de feridas
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... tais como: úlceras por insuficiência vascular, diabética, de pressão, vasculogênicas, feridas cirúrgicas e traumáticas limpas ou infectadas (1) (2) . A biomembrana apresenta aumento da permeabilidade e fluxo vascular quando banhada com polilisina. Acredita-se que tenha como proprieda-Descritores: Látex/uso terapêutico; Exenteração orbitária; Neoplasias palpebrais; Hevea; Relatos de casos [Tipo de publicação] A membrana de látex é um material extraído da Hevea brasiliensis, e devido às suas propriedades neoangiogênicas, de adesão celular e formação de matriz extracelular, é utilizada em recobrimentos de úlceras, meringoplastias e outras feridas, com sucesso. Neste caso descrevemos seu uso, inédito, na ferida pós-exenteração orbitária por carcinoma basocelular em paciente do sexo masculino, 72 anos, procedente da Bahia com lesão na pálpebra do olho esquerdo há dois anos com prurido, sangramento, lacrimejamento, e dor. Ao exame oftalmológico do olho esquerdo evidenciou-se lesão ulcerada de pálpebra superior e canto medial, hiperemia conjuntival, afilamento corneano, catarata, perfuração ocular. Sem alterações significativas à direita. A tomografia de órbitas revelou lesão expansiva palpebral com invasão pré-septal, osso frontal e lâmina papirácea à esquerda. Realizada exenteração total com curativo de biomembrana de látex; troca a cada 24 horas nos primeiros sete dias e a cada 48 horas nos outros sete dias. Retirou-se a biomembrana de látex por não ter sido evidenciada granulação, o que só ocorreu após um mês e quinze dias. A exenteração orbitária consiste na retirada de todo o conteúdo da órbita, incluindo olho e partes moles. É considerada total quando as pálpebras são incluídas, e subtotal quando as mesmas são preservadas. Existem várias técnicas de reconstrução da cavidade exenterada: como granulação espontânea, enxerto de pele, retalho frontal, retalho miocutâneo, entre outros. Neste caso utilizamos curativo com biomembrana de látex, material que se mostrou eficaz no recobrimento de outros tecidos cruentos como úlceras, mas sem o mesmo sucesso em nossa experiência. Mais estudos são necessários para que possamos concluir as vantagens e desvantagens do uso da biomembrana de látex na área da oftalmologia. RESUMO RELATOS DE CASOS
doi:10.1590/s0004-27492007000500023
pmid:18157314
fatcat:hekw3fa3fzfmrecz34wpu25hme