A Revista Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral, devido à sua identidade, aborda em seu dossiê temas que tenham forte apelo atual e prático. Na área da bioética a sociedade brasileira debateu amplamente a temática do início da vida. Esse debate ocorreu ao redor da Lei de Biossegurança, que fora aprovada em 2005 pelo Congresso Nacional e que foi objeto de uma ADIN, cujo processo se alongou até 2008. A ADIN foi derrubada pelo Supremo Tribunal, sob os holofotes da imprensa. O assunto principal do

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... bate era a questão da dignidade do embrião humano, principalmente o embrião que se encontra criopreservado nas clínicas de reprodução assistida no Brasil e em outros países. Esse assunto continua sendo um dos pontos mais complexos e difíceis para a bioética, por vários motivos: o fato de que milhares de embriões continuam nas clínicas, sem solução ética plausível; novos embriões são considerados excedentes a cada dia e passam a juntar-se aos já criopreservados; a prática de uso desses embriões com finalidades terapêuticas e de pesquisa está se expandindo; a Congregação para Doutrina da Fé lançou o documento Dignitas Personae a respeito do assunto, em 2008. Desse modo, o Dossiê Temático deste número da revista, "Bioética e o Início da Vida", surge num momento importante e procura captar a contribuição da Teologia sobre assunto tão relevante. Este dossiê temático está composto de vários artigos que abordam o tema proposto. No primeiro artigo -para fomentar uma abordagem crítica da bioética -Nilo Ribeiro reflete sobre a questão da bioética no contexto de uma cultura contemporânea marcada pelo "esquecimento" da simbólica. Na medida em que a palavra perde sempre mais espaço, o indivíduo desaparece como sujeito da ação moral. Nesse contexto, a irrupção da alteridade emerge como chance para tirar o mundo da linguagem do esquecimento. Abre-se a possibilidade de falar e de agir em vista do outro. Ressurge uma nova simbólica em função do cuidado da vida do outro, a bioética. Christian de Paul de Barchifontaine aborda, em seu artigo, que há uma grande dificuldade em explicar o que é a vida. Por mais de 2 mil anos, essa indefinição foi motivo de inquietação só para poucos filósofos. Em geral,