A vaca cristalina

José Liberato Costa Póvoa
1979 Revista Literária do Corpo Discente da Universidade Federal de Minas Gerais  
Coriolano assuntou os longes da campina azulando os con tornos do ceuzão emborcado sobre o mundo. A tarde lusco-fuscava e a triagem do início da seca zunia um vento frio e cor tante adormecendo-lhe as orelhas e a ponta do nariz. Sentado na cabeça do moirão da porteira do curral, aboiava, enquanto as vacas de leite, lerdamente, vagarosamente, iam chegando uma a uma, atraídas pela voz familiar do vaqueiro ecoando no vaquejador, imitando o berrante: -Õooou ! Veeem ! ôooou ! Veeem !. . .
doi:10.17851/0103-5878.14.14.18-54 fatcat:5h6xdmlkb5d7jledhe5khywdd4