ALBERT T'SERSTEVENS, OLIVIER ROLIN E MAX ALHAU EM PORTUGAL APROXIMAÇÕES A UM PAÍS*

Maria De Fátima Outeirinho
unpublished
A prática cultural da viagem vulgarizada, num primeiro momento, com o Grand Tour, protagonizado pela jovem aristocracia inglesa e, num segundo momento, com o advento e progressivo desenvolvimento do fenómeno turístico, no século XIX, resultou numa prática literária ancorada na viagem acontecida, levando ao reconhecimento, por parte do leitor e da instância crítica, de um objecto textual genericamente identificado como literatura de viagens. Tal objecto, para além de se constituir como
more » ... de mediação 1 não negligenciável no campo das relações interculturais, apresenta-se como espaço fértil na construção, perpetuação ou redescrição de representações, na medida em que trabalha aproximações, por parte do escritor-viajante, a uma cultura de chegada, a partir da sua própria cultura de pertença. Assim, a abordagem imagológica de tais textos revela-se extremamente produtiva pela presença intensa de imagens em torno do Outro estrangeiro, imagens que acabam por reflectir construções identitárias relativas ao sujeito textual e que, com frequência, sendo da ordem do estereótipo, se inscrevem numa longue durée a marcar todo um imaginário cultural. Como lembra Daniel-Henri Pageaux, Resumo: Albert TÕSerstevens, Olivier Rolin e Max Alhau, escritores de língua francesa, cruzaram Portugal, em diferentes momentos do século XX: Albert TÕSerstevens na década de 40, Olivier Rolin e Max Alhau, na segunda metade do século. Itinéraire portugais, «Lisbon revisited» e Retour à Lisbonne são resultado desses momentos viáticos. No presente estudo e num quadro teórico imagológico, propomo-nos, com base nesses textos, reflectir sobre processos de construção de representações culturais, formas de aproximação ao outro inevitavelmente reveladoras duma definição identitária do eu textual. Abstract: Albert T'Serstevens, Olivier Rolin and Max Alhau, French language writers, travelled through Portugal at different moments of the 20th century: Albert TÕSerstevens in the 1940s, Olivier Rolin and Max Alhau, in the second half of the century. Itinéraire portugais, «Lisbon revisited» and Retour à Lisbonne are the outcomes of those travel experiences. In this paper our main goal is to reflect on the construction processes of cultural representations, ways of approaching the Other, that inevitably reveal an definition of the identity of the textual I, from an imagiological perspective.
fatcat:5b36q5zuhbgphpoftbm5mbr6cm