SEXUALIDADE, EDUCAÇÃO ESCOLAR E DIVERSIDADE SEXUALITY , SCHOOL EDUCATION AND DIVERSITY
Clarice Constantino, Celso Kraemer
unpublished
RESUMO: A presente pesquisa objetiva compreender sexualidade e homoafetividades em escolas de Blumenau e região. Aplicou-se um questionário a 105 professores e 987 estudantes. Os dados são analisados com base na arqueologia e na genealogia de Foucault. Veriicou-se que a homossexualidade é vista apenas como uma prática, por relação genital. Não se aludem gêneros além de masculino e feminino. A maioria dos professores mostra preconceito com a homossexualidade, enquanto 70% dos estudantes a
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... Professores e estudantes ignoram o sentido de homoafetividade e mostram visão estereotipada de homossexualidade. Sobre alteridade, a escola não discute sexuali-dade e rejeita homossexuais, embora os estudantes aceitam o tema, diminuindo a intolerância e a hostilidade aos diferentes na sexualidade. Mas falta curiosidade, tipo já sei tudo, atitude que revela pouca expectativa sobre a escola, na superação dos estereótipos aos quais ela tem aderido, reproduzindo-os na atitude dos professores, no material didático pautado na heterossexualidade, na moralização das condutas que ela impõe. O alto índice de preconceito entre os professores mostra que o esclarecimento sobre a homossexualidade deve ser buscado fora da escola, pois esta se mostra ineiciente com temas relevantes da educação atual, como a diversidade, a alteridade e a sexualidade. PALAVRAS-CHAVE: educação, sexualidade, homoafetividade, ética, diversidade. INTRODUÇÃO A necessidade de se discutir a temática da sexualidade e da homoafetividade, homossexualidade, homofobia, etc. é recente, sobretudo, nos ambientes escolares. A escola é um dos mais importantes espaços para as primeiras inteirações das crianças fora do mundo familiar. É na escola que ela experimenta, efetivamente e sem a presença direta dos pais, as primeiras socializações. Mas é na escola o local no qual também se experimentam as primeiras hostilidades e sofrimentos, sobretudo, nas questões ligadas à sexualidade. As pesquisas nessa área não são muitas e suas contribuições parecem icar afastadas do cotidiano dos pátios, corredores e salas de aula de nossas escolas. Por outro lado, nesse momento de nossa história, a escola se defronta com uma população que é exposta a cenas cotidianas de sexualidade, tanto de heterossexuais quanto de homosse-xuais. Os alunos, sobretudo adolescentes, vivem as experiências de sexualidade, das mais variadas maneiras, desde o modo de se vestir, os cuidados com a higiene e a aparência pessoal, as transformações bruscas com seu corpo, as amizades e os afetos entre pares ou com adultos, bilhetinhos ou recados eletrônicos das tecnologias digitais, os primeiros beijinhos, etc. São experiências marcadas com as diferentes problemáticas implicadas na constituição e deinição da sexualidade. Também professoras e professores vivenciam
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