BROKEBACK MOUNTAIN: ESPAÇOS EM CONFLITO BROKEBACK MOUNTAIN: SPACES IN CONFLICT
Jeová Mendonça
unpublished
RESUMO: O artigo analisa o conto Brokeback Mountain, de Annie Proulx, avaliando a organização de seu espaço ficcional, bem como sua repercussão na caracterização dos seus personagens principais. A associação espaço/personagem sublinha a atmosfera homoafetiva deste conto, com comprometimentos ao nível da modelização ideológica. Neste sentido, o espaço ficcional aqui sugere territorialidade e sua consequente conotação político-social. PALAVRAS-CHAVE: Brokeback Mountain. Conto norte-americano.
more »
... ssexualidade. Espaços. ABSTRACT: The article analyzes Brokeback Mountain, a short story written by Annie Proulx, evaluating the organization of its fictional space as well as its effect in the characterization of its main characters. The association between space and character underlines the homo-affective atmosphere of this short story, hinting at ideological modelization. In this way, fictional space in this case implies territoriality and its consequential social and political connotation. KEY WORDS: Brokeback Mountain. North-american short-story. Homosexuality. Spaces. I. INTRODUÇÃO O espaço, como categoria literária, desenvolve-se no tecido narrativo, dissimulado ou manifesto na voz narradora, a partir da perspectiva dos seus personagens e/ou articulando-se às ações dos personagens (LINS, 1976). Ao mesmo tempo em que o espaço se constrói coeso e coerente, apelando ao real das coisas, esse enfoque verossímil resulta em jogo imaginário, sugerindo territorialidade ficcional, de significação particular e independente, que comumente tem papel determinante na atmosfera geral da obra. O espaço com alusões estéticas começou a ter mais relevo na história da ficção literária apenas recentemente. Lodge afirma que os antigos romancistas de língua inglesa raramente eram mais específicos com relação ao espaço ficcional (1992, p. 57). Maingueneau corrobora essa observação ao dizer que "[...] antes do século XIX [...] insistia-se muito no valor «ornamental» das descrições" (1996, p. 75); ou seja, poucos se preocupavam em envolver a descrição do ambiente (topos diegético) com o estético, tornando-o, portanto, significativo no plano intratextual da ficção. Enfim, o espaço consistia 1 Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-São Paulo. Professor do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFPB. Endereço profissional: Cidade Universitária-CCHLA/DLEM-João Pessoa-PB-Brasil-CEP: 58051-900. João Pessoa, PB. Telefone: 083-3216 7402.
fatcat:yvzfija565gqtg25wbavjo6rxy