MEMÓRIAS DAS INFÂNCIAS: NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS EDUCADORAS
Márcio Xavier Bonorino Figueiredo, Luiz Carlos Rigo
2008
Pensar a Prática
Resumo Este artigo nasce dos memoriais, caminhos descobertos ao longo das reflexões propostas na formação de educadoras das Infâncias. Ao trabalhar com as memórias, produzimos histórias, vivências, experiências e outras formas de ação no cotidiano da Escola. O objetivo deste trabalho foi permitir às educadoras em processo de formação continuada uma reflexão sistemática das memórias de suas infâncias para que pudessem conhecer também as memórias das infâncias que integram suas salas de aulas.
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... lizamos uma metodologia que inclui fragmentos de falas das educadoras, observações registradas no diário de campo, escritas das lembranças das infâncias, das brincadeiras, dos brinquedos, das marcas da escola guardadas nos baús dos tempos e da escola sonhada. Relembramos nossas coisas de criança, escancarando os velhos baús e fisgando retalhos multicoloridos, com muitas formas, repletos de significados nas infâncias. Nas vivências, tecemos o encantamento das educadoras, colocando no palco iluminado suas infâncias. Assim, neste processo, fomos tecendo redes de relações com as infâncias vividas pelas educadoras e as infâncias das crianças na atualidade. Palavras-chave: infâncias -memórias -formação -educadoras 1 Labirintos das velhas infâncias "Todo menino é um rei... Eu também já fui rei... Mas 'quá'... Despertei" 2 * Referimos-nos a educadora por serem predominantes nas escolas de educação infantil. 1 Memoriais da Especialização em Educação e do Curso de Pedagogia em Serviço na Faculdade de Educação da UFPel. 2 Trecho da música Todo menino é um rei (BRAZ, 2007). Como se fora brincadeira de roda, memória Jogo do trabalho na dança das mãos, macias O suor dos corpos na canção da vida, história O suor da vida no calor de irmãos, magia Como um animal que sabe da floresta, perigosa Redescobrir o sal que está na própria pele, macia Redescobrir o doce no lamber das línguas, macias Redescobrir o gosto e o sabor da festa, magia Vai o bicho homem, fruto da semente, memória Renascer da própria força, própria luz e fé, memória Entender que tudo é nosso, sempre esteve em nós, história Somos a semente, ato, mente e voz, magia Não tenha medo, meu menino bobo, memória Tudo principia na própria pessoa, beleza Vai como a criança que não teme o tempo, mistério Amor se fazer é tão prazer que é como se fosse dor, magia Como se fora brincadeira de roda, memória Jogo do trabalho na dança das mãos, macias O suor dos corpos na canção da vida, história O suor da vida no calor de irmãos, magia. Embalados por este canto, fomos redescobrindo as nossas infâncias, tramando uma teia
doi:10.5216/rpp.v11i3.3540
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