O PENSAR E O APRENDER NO ENSINO SUPERIOR: CONVERSANDO COM DELEUZE SOBRE POSSIBILIDADES OUTRAS DE FAZER A AULA
Elisabet Aguirre
2018
Connection line - Revista Eletrônica do Univag
RESUMO Vou me deter neste artigo, um pouco mais no exame das produções de Deleuze, sentir o seu pensamento construindo como se ao buscar novos caminhos, lançando novas hipóteses, entra no pensamento do outro para explorar sua potência, sua força e a partir da explicitação de questões que ele pretende pensar, sempre atenta a relação que esse pensador estabeleceu com a vida, cria sua própria filosofia. Busco pensar o aprender resultante de ações didáticas, de encontros que se nos dão
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... ção (FERRAZ, 2014), trato-os aqui como intensidade experimental, entendendo que o papel da educação superior é subverter as regras, os procedimentos e as maneiras de fazer. Assim, ao propor o questionamento "O que se cria no ensino superior?", está em pauta como é possível inventar novas formas no interior de um jogo que está cada vez mais prescrito, ou seja, a materialidade concreta das atuações docentes na aula. A aula tem o sentido de construir sujeitos capazes de falar de si mesmos, pensar e atuar por si mesmos, sujeitos capazes de se colocar em relação ao que dizem com o que falam e com o que pensam? Palavras-chave: Aula no ensino superior. Pensar. Aprender ABSTRACT I will dwell on this article, a little more in the examination of Deleuze's productions, feel his thinking building, as if in searching for new ways, launching new hypotheses, he enters the thought of the other to explore its power, its strength and from the explicitness of questions that he intends to think, always attentive to the relation that this thinker established with life, creates his own philosophy. I try to think of learning as a result of didactic actions, of encounters that are given to us "in" -creation (FERRAZ, 2014), I treat them here as experimental intensity, understanding that the role of higher education is to subvert rules, procedures and ways to do it. Thus, in proposing the questioning "What is created in higher education?", It is in question how it is possible to invent new forms within a game that is increasingly prescribed, that is, the concrete materiality of the teaching activities in the classroom. Does the lesson have the sense of constructing subjects capable of speaking about themselves, thinking and acting for themselves, subjects able to put themselves in relation to what they say with what they say and what they think? Keywords: Higher education classroom. Think. Learn Não ensinam nem deixam aprender os que pensam que ensinar tem a ver com explicar e aprender com compreender e reproduzir o explicado. Compreendi em meus estudos que uma pedagogia dos sentidos, como pura resistência, puro devir, os saberes tornam-se sabores, a aula fabulada como uma corrente de ar fresco, uma diferença mínima, um afecto minimamente não controlado, uma onda de alegria na arte de aprender e de coabitar porque permite ascender a um universo outro: a realidade continua a mesma, no entanto, o modo de olhar se transforma, transforma os paradoxos, as incertezas, mas nos leva ao incompreensível. Nos leva para uma realidade criadora e artística (LINS, 2005). A educação parece habitar uma ontologia contrária, na contramão desta ontologia deleuziana da imanência, do movimento, do singular não individual, da potência, do acontecimento. A educação é um mundo de transcendências, é sempre este e aquele mundo. E continua afirmando que a educação é um mundo onde diz ser "eu", se torna cada vez mais importante. A educação é também a casa do ruim e do bom, permanentemente preocupada em saber se contribui para um mundo melhor ou pior. A educação supõe e afirma uma ontologia moralizante, transcendente, individual. Ela é a negação da vida singular, do acontecimento, da potência. A educação obtura os acontecimentos, é o reino dos dualismos, dos modelos, da disciplina, do controle. Há muita história e pouca geografia em educação (KOHAN, 2002, p. 126). Ao tomar o sentido de que a vida se dá em movimento, olho a aula inserida nesse movimento, abrindo a criação e as conexões; não paralisada na representação e dissecação de velhos desidratados, mas inserida numa política de desejo, numa conversa como no lugar de uma fala sobre, em nutrir o bom encontro, aqui tomando com o bem, marcado pelo desejo ético e estético da criação, um movimento de pura arte, pura criação. Portanto, não se entende que se trata de fazer igual, copiar, imitar. "Devir é nunca imitar, nem fazer como, nem se conformar a um modelo, seja de justiça ou de verdade" (DELEUZE, 1998, apud ZOURABICHVILI, 2004, p. 24). Kohan (2002) ainda me faz refletir uma questão qualitativa um tanto curiosa ao tratar à educação, cuja necessidade maior é a compreensão que o pensar está dado e há que produzi-lo. E destaca:
doi:10.18312/1980-7341.n18.2018.817
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