CONSEQUÊNCIAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NA EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE: o olhar dos estudantes de Pedagogia sobre docência
Joeanne Neves Fraz, Cátia Maria Machado da Costa Pereira, GERALDO EUSTÁQUIO MOREIRA
2019
II Simpósio Nacional de Epistemologia Qualitativa e Subjetividade
unpublished
Resumo Esta pesquisa teve como objetivo verificar a subjetividade por meio de representações sociais que os estudantes do curso de Pedagogia têm sobre a prática docente. Pesquisa qualitativa de abordagem empírica construída a partir da teoria das representações sociais de Moscovici (1978) em articulação com a teoria da subjetividade de González Rey (2003). O instrumento usado para a investigação foi complemento de frase, aplicado para estudantes do curso de Pedagogia da Universidade de Brasília
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... (UnB) do período noturno e que proporcionou a eles espaço para reflexão, durante sua trajetória de formação, sobre como está sendo construído o seu pensar a respeito do trabalho docente, da docência. As representações sociais compartilhadas pelos estudantes sugerem compromisso com a prática docente. O caráter gerativo da subjetividade e a sua capacidade de produzir novas realidades encontra abrigo na emoção e na imaginação, responsáveis pelas experiências humanas. A análise das atividades dos 12 (doze) estudantes revelou dificuldades a serem enfrentadas na utilização da Teoria das Representações Sociais articulada à Teoria da Subjetividade. Palavras-chave: Subjetividade; Representações Sociais; Docência. Introdução As sociedades construíram suas respostas para entendimento do mundo e de si mesmas por meio de interpretações culturais baseadas no cotidiano, estabelecendo relações dualistas da existência, em oposições, ou seja, entre o bem e o mal, luz e trevas, matéria e espírito, alma e corpo, entre outras. Entender a cultura é ponto indispensável ao indivíduo, visto que permite compreender suas histórias e suas relações com o mundo. Conforme Cuche (1999, p. 143) se "[...] a cultura não é um dado, uma herança que se transmite imutável de geração em geração, é porque ela é uma produção histórica, isto é uma construção que se inscreve na história e https://proceedings.science/p/110425 BRASÍLIA, 22 a 25 DE OUTUBRO DE 2019 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA -UNICEUB Silvana -"apropriar de conhecimentos e reflexões acerca da sala de aula" Vânia -"aquela que prepara para ensinar" Parte dos participantes tem uma visão de formação para a docência muito próxima à concepção tradicional, ligando a docência a uma prática de caráter vocacional, por exemplo, Raiana declara sua "Formação em Pedagogia porque tenho vocação" (Frase 4), reforçando o pensamento vocacional da docência que ainda hoje faz parte dos discursos sociais e de muitos profissionais da educação. Vou fazer pedagogia ... (Frase 5) Olívia -"por me identificar com a área" e Raquel -"pois desde a infância, pretendi dar aulas para as crianças" Silvana -"porque me identifico com o curso" As representações dos alunos do indutor "Bom professor..." (Frase 13) mostrou que a relação professor-aluno também se constitui entendimento de docência, pautada no diálogo, na troca de conhecimentos, na afetividade e na preocupação com o aluno. Bom professor... (Frase 13) Adriana -"é o que olha para a sua turma e para o que está sendo negada à ela, por questões de manutenção do poder" Alda -"é aquele que ama o que faz" Gicélia -"está sempre preocupada em fazer o melhor para a turma" Gilberto -"é aquele que consegue construir o conhecimento com pouco recurso" Nilza -"aquele que faz seu (sua) aluno(a) ser o melhor de si" Olívia -"é aquele que tem empatia pelo aluno" Pâmela -"que busca estar próximo do seu aluno, conhecer o local de fala de quem ele esta ensinando" Raquel -"aquele que antes de ser professor, é humano" Raiana -"respeita as individualidades" Silvana -"é aquele disposto a troca de conhecimentos" É possível observar, nas informações dos estudantes, uma construção de representação social sobre a docência em que os protagonistas estão num mesmo espaço de formação, ao mesmo tempo se aprende e se ensina. O professor é o mediador, uma concepção importante no processo de formação do pedagogo, para além dos aspectos teórico e prático. Segundo Martínez (2008, p. 125), o professor ao tirar o foco de si, passa a "[...] dar aos alunos o protagonismo que podem e devem assumir para se constituírem em verdadeiros sujeitos de
doi:10.17648/sneqs-2019-110425
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