Práticas de pesquisa de campo com comunidades tradicionais: contribuições para a gestão participativa do Arquipélago de Ilhabela - SP [thesis]

Mariana Soares de Almeida Pirró
A vida das comunidades tradicionais caiçaras nas ilhas protegidas do Arquipélago de Ilhabela (Estado de São Paulo, Litoral Sudeste Brasileiro) é marcada pela maritimidadepráticas econômicas, sociais e simbólicas que resultam da interação do homem com o mar. A vida no mar acompanha a fluidez das águas e de seus recursos, é dinâmica, instável e imprevisível. A instabilidade da paisagem marítima é também vivida pelo pesquisador que se depara com riscos e desafios de uma realidade dinâmica, os
more » ... lhos de pesquisa devem acompanhar o ritmo do lugar. Da mesma forma que a realidade define a postura do pesquisador, o pesquisador interfere na situação investigada e o processo de pesquisar influencia a população trabalhada. A pesquisa no campo permite a interação entre o pesquisador e o pesquisado, leva ao reconhecimento do lugar, à compreensão da lógica cultural estabelecida e compartilha o conhecimento produzido. Permite que a população adquira a capacidade de pensar por si mesma e se apropriar da organização do espaço onde vive. A presente pesquisa discute procedimentos de pesquisa participativa, a serem realizados com populações tradicionais que vivem em ilhas protegidas, para fomentar processos participativos na gestão e manejo de áreas protegidas, estimulando que os atores sejam protagonistas da gestão do território. São apresentados referenciais teóricos e metodológicos e exemplos de pesquisa junto à população tradicional caiçara que habita as ilhas protegidas do Arquipélago de Ilhabela. Numa concepção democrática, a participação é considerada um direito do ser humano, um processo de desenvolvimento da consciência crítica e de aquisição de poder que pode ser provocado e organizado, é facilitada pela organização e criação de fluxos de
doi:10.11606/d.8.2010.tde-16112010-132607 fatcat:mmogcp5ynbaktnxwqx3b24fheu