Editorial

Waldenyr Caldas
2014 Revista de Cultura e Extensão USP  
Este é o número 12 da nossa Revista, mas é também o primeiro a ser publicado após a mais longa greve na história da USP. Ela causou profundos danos à docência, à pesquisa, à administração e, como já era previsível, à própria imagem da Universidade junto à sociedade, razão da existência dessa instituição. Como diz nossa Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária em sua entrevista aqui publicada, a sociedade "tem urgência em saber o que a Universidade pública faz e como utiliza os seus
more » ... os". Sim, é exatamente isso e é nesse sentido que os trabalhos dessa pró-reitoria têm dado especial atenção desde a gestão anterior da Universidade. Nesta entrevista, a professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária, analisa temas da mais alta relevância e nos leva a refletir sobre algumas questões delicadas, mas que precisam ser tratadas no universo acadêmico. No entanto, com muita elegância verbal e delicadeza, ela nos mostra a todos o que já deveríamos saber: se no plano formal Cultura e Extensão têm o mesmo status que as outras áreas, na prática a situação ganha outros contornos. Em momentos de crise financeira, como já vivemos em outras ocasiões, e retornamos agora a esta realidade, este segmento da Universidade tem passado por restrições orçamentárias realmente preocupantes. Era de se esperar que não fosse assim. Cultura e extensão são partes integrantes da Universidade em sua relação com a sociedade, da mesma forma que toda a produção científica desta instituição. Ciência e cultura, portanto, devem andar pari passu e não em descompasso como temos vivido ciclicamente. Há que se pensar seriamente no que diz nossa pró-reitora: "não existe nenhuma ação humana, nenhuma ação social que não esteja permeada por cultura". Isto é básico, mas é também a melhor forma de sociabilidade, de se humanizar ainda mais as relações sociais. Que se pense ainda no programa de extensão universitária. Ele é, provavelmente, o trabalho mais visível aos olhos do contribuinte, enfim, aos olhos de toda a sociedade. É o caso, por exemplo, do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade. Criado com o intuito de trazer as pessoas idosas à Universidade para aprimorar ou reciclar seus
doi:10.11606/issn.2316-9060.v12i0p5-7 fatcat:gvswzfnc6ffm3fxue6vheiz2i4