Entrevista com Wanderson Flor do Nascimento

Cláudia Cisiane Benetti, Elisete Medianeira Tomazetti, Simone Freitas da Silva Gallina
2018 Revista Digital de Ensino de Filosofia - REFilo  
Revista Refilo: Professor Wanderson, de antemão gostaríamos de agradecer sua disponibilidade em realizar esta entrevista para a Refilo e iniciaremos por uma questão que é sobre sua trajetória intelectual, sua formação e como se construiu sua inserção em estudos de Filosofia Africana. Pode nos falar brevemente sobre isso? Wanderson Flor do Nascimento: Eu quem agradeço o convite e a oportunidade de interagir com o projeto interessantíssimo da REFILO e com vocês. Eu me interessei pela filosofia
more » ... da no Ensino Médio. Gosto de práticas que inventam e tentam entender mundos. O pensamento, a política e as artes me parecem possibilidades interessantes de criar mundos: mundos pensados, imaginados, desejados. Guiado por esses afetos, iniciei a graduação em filosofia, na Universidade de Brasília (UnB), em 1996. Optei pela licenciatura por questões meramente práticas, imaginando ter um emprego quando me formasse. Entretanto, na medida em que eu adentrava pelo curso, começava a ver que as relações entre a filosofia, a educação e o ensino não eram apenas profissionais. Essa percepção me conectou, de modo definitivo, com as discussões sobre ensino de filosofia e filosofia da educação. Junto desse percurso, tive a sorte de ter uma formação completamente atravessada por perspectivas que tencionavam com o estado de coisas político no qual eu estava inserido. Já no meu primeiro semestre, segui o curso de "Introdução aos Estudos da História" com a professora Tânia Navarro Swain, que me trouxe a problematização feminista como fundamental para compreender a epistemologia e desconfiar que a produção do conhecimento não pode ser desligada da política. Adentrei no Grupo de Estudos Feministas (GEFEM) coordenados pela profa. Tânia, o que me fez, também, com que toda a minha formação tivesse um atravessamento fundamental da crítica feminista, além de ter me apresentado um dos grandes marcos teóricos de minha trajetória: Foucault.
doi:10.5902/refilo.v3i2.31362 fatcat:ucktcvxcmvfk7pkodcqaj6febq