A DESCONSTRUÇÃO DO SUICÍDIO DE VLADIMIR HERZOG E A LUTA CONTRA A DITADURA THE DECONSTRUCTION OF THE SUICIDE OF VLADIMIR HERZOG AND THE FIGHT AGAINST THE DICTATORSHIP

Alberto Kleinas
unpublished
O Caso Herzog impactou a história do nosso país. Há apenas 40 anos (25 de outubro de 1975), o "suicídio" de um jornalista judeu virou manchete de todos os jornais. Este trabalho trata das forças que operaram por trás desta tragédia familiar e alimentaram a oposição ao regime militar brasileiro. Muitos foram até o cemitério israelita do Butantã. Jornalistas, amigos, sindicalistas, artistas, cineastas, cristãos, judeus, protestantes, umbandistas, kardecistas, adeptos do candomblé, budistas, todas
more » ... as religiões, cores e etnias. O rabino não estava, mas lá estava o cardeal rezando baixinho os salmos. O sepultamento foi rápido, o caixão já havia baixado à sepultura antes mesmo de que a mãe do jornalista chegasse ao local. A terra foi jogada por cima do caixão rapidamente, buscando-se evitar qualquer tumulto. Já era uma vitória parcial de sua família e amigos que Vladimir não fosse enterrado no local dos suicidas. Ele foi sepultado com todos os rituais judaicos, apropriados para as mortes involuntárias, segundo o rabino Henry Sobel. Para os opositores do regime militar, era a primeira contestação pública à versão mentirosa de suicídio. Para a sociedade brasileira, os judeus paulistanos estavam assumindo corajosamente que Herzog não se matara, portanto, fora morto, assassinado nas dependências do 2º. Exército. O que buscamos desvendar é como isso foi possível, sabendo de antemão da histórica de submissão da comunidade judaica aos governos estabelecidos.
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