Comentário: O homem e a máquina, difícil conciliação?

Jelson Oliveira
2021 Trans/Form/Ação  
Referência do artigo comentado: BENGOETXEA, J. B. Tecnologías para una sociedad abierta posthumana. Trans/Form/Ação: revista de filosofia da Unesp, vol. 44, n. 1, p. 177-200, 2021. Bengoetxea (2021) insere-se no debate a respeito do pós-humano, a partir de uma análise sobre o fenômeno da ciborgização, e o faz, começando com aquela que considero uma das questões mais importantes: para responder à pergunta sobre quem ou o que é um ciborg, seria preciso, antes de qualquer coisa, responder àquela
more » ... e é uma das mais antigas (e segundo Kant, a mais fundamental) perguntas da filosofia, ou seja, quem é o ser humano. Para tanto, o autor do texto busca elementos da filosofia da mente (destaque para a tese da mente estendida, de Andy Clark), a fim de traçar uma resposta que questione a centralidade da mente, na definição do ente humano. Fugir do isolamento cerebral da mente acaba, por isso, por ser um aspecto importante para pensar uma resposta plausível para os problemas levantados pelo avanço da tecnologia e para a chamada transição do ser humano, tal como o conhecemos até agora, até o pós-humano. Em seu espírito ensaístico, o artigo deixa, contudo, questões em suspenso (talvez mesmo de propósito). Destaco duas apenas: [1] qual a relação 1 Professor do Programa de Pós-Graduação da PUCPR, Curitiba, PR -Brasil.
doi:10.1590/0101-3173.2021.v44n1.13.p201 fatcat:a76m55cminej7a5njxmckp57vu