RESUMO Esta artigo é uma breve apresentação da dissertação que investiga a presença da moda nos videoclipes de rap, caracterizando-a como um elemento configurador do estilo de vida próprio da cultura hip hop. A partir da análise de quatro videoclipes-Um bom lugar (2002), do rapper Sabotage, Isso aqui é uma guerra (2000), do grupo Facção Central, Traficando Informação (1999), de MV Bill e Diário de um detento (1998), do Racionais Mc´s-o trabalho descreve a negociação conflituosa que rege a

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... o entre as reivindicações estéticas e políticas dos artistas e os procedimentos técnicos, expressivos e estratégicos típicos da mídia televisiva. Palavras-chave: Moda. Estilo e Vida. Videoclipe de rap. Ao longo da realização da pesquisa que deu origem a esse artigo, realizada no biênio 2002-2004, para a obtenção do grau de mestre pelo programa de pós-graduação de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, e intitulada "Moda e estilo de vida no videoclipe de rap", pudemos perceber diversas modificações no que diz respeito à atitude da sociedade e dos meios de comunicação em relação à cultura hip hop. Assistimos os expoentes dessa cultura alcançarem os primeiros lugares nas paradas de rádios comerciais, assim como presenciamos seus videoclipes serem exibidos em larga escala. Esse fenômeno teve seu início nos Estados Unidos, berço da cultura hip hop, e atingiu o Brasil com a mesma força e com os mesmos artistas. Mas não somente estes artistas norte-americanos conquistaram seu espaço no mercado fonográfico e audiovisual brasileiro. O rap nacional se misturou ao samba e se fez sucesso de público e de crítica. Os programas de maior audiência da TV nacional, em seus diversos gêneros-do programa de auditório à reportagem-abordaram esta cultura que emergiu das ruas e conquistou uma presença marcante na cena pública graças aos procedimentos constitutivos da visibilidade midiática, disseminando assim seus valores, idéias e práticas. As festas de black music se espalharam pelo país e se tornaram um sucesso, alcançando um público que até então não havia experimentado as manifestações estético-expressivas originárias de grupos sociais marcados duramente pela exclusão social,