Language profiles in Autism Spectrum Disorders (ASD), Specific Language Impairment (SLI) and Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD)
Debora M. Befi-Lopes, Ana Manhani Cáceres
2010
Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia
Geurts HM, Embrechts M. Language profiles in ASD, SLI, and ADHD. J Autism Dev Disord. 2008;38:1931-43. A natureza das dificuldades pragmáticas e sua extensão parecem diferir entre as patologias da comunicação. O uso funcional da linguagem é afetado por habilidades sociais e seu déficit pode ser percebido na intenção comunicativa, nas pressuposições e no gerenciamento do discurso. Este estudo investigou o perfil comunicativo de crianças com diagnóstico de Distúrbio do Espectro Autístico (DEA),
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... Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e de Distúrbio Específico de Linguagem (DEL), a partir de respostas dos pais a um questionário -Children's Communication Checklist-2 (CCC-2). Os autores realizaram duas investigações no mesmo estudo que tinham como objetivos primeiramente verificar se há um perfil específico de linguagem nas crianças com DEA no que se refere à natureza, extensão e déficits das habilidades de linguagem e se estes perfis dependem da idade e, além disso, investigar como o que foi observado nestas crianças se relaciona aos perfis linguísticos em outros distúrbios como TDAH e DEL. As crianças com DEA possuem atraso de linguagem em diversas áreas, sendo a pragmática a mais evidente delas. Pesquisas recentes indicam que os pré-escolares tendem a apresentar déficits na forma, no conteúdo e no uso da linguagem, ao passo que nos escolares os déficits pragmáticos se tornam mais evidentes. No TDAH é frequente a observação de prejuízos na linguagem, porém a tríade de características clássicas compreende falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Todavia, atualmente, nota-se que estas crianças demonstram prejuízo nas habilidades pragmáticas (conversas estereotipadas, manutenção do tópico conversacional e dificuldades de relacionamento social). O DEL é uma patologia primária que acomete o desenvolvimento linguístico, cujas dificuldades recaem principalmente nos aspectos estruturais, mas também são observados déficits pragmáticos, que normalmente decorrem do déficit linguístico. No estudo que ora apresentamos, uma primeira investigação comparou três grupos de crianças (com DEA, com TDAH e em Desenvolvimento Típico) entre sete e catorze anos. O instrumento utilizado para tal comparação foi o CCC-2, que possui dez escalas: quatro relacionadas com diferentes aspectos do uso pragmático da linguagem, quatro que avaliam os aspectos estruturais do uso da linguagem, e duas que avaliam domínios não linguísticos. Ele difere do anterior (primeira versão do CCC) por ser capaz de delinear melhor semelhanças e diferenças nos perfis linguísticos. As crianças com DEA e as com TDAH tiveram dificuldades pragmáticas, mas apenas os pais das primeiras relataram maiores dificuldades com as habilidades sociais do que com as estruturais. O grupo com TDAH obteve resultados intermediários, sendo que os grupos clínicos diferiram para o uso do contexto, comunicação não verbal e relações sociais. A segunda investigação verificou se o perfil das habilidades linguísticas e se as dificuldades de pré-escolares com DEA são semelhantes às de crianças autistas entre sete e catorze anos. Os resultados demonstram um padrão oposto entre as faixas etárias estudadas, ou seja, as crianças mais novas, segundo seus pais, apresentam mais dificuldades com aspectos estruturais do que com aspectos pragmáticos. Quando comparados aos DEL, as crianças com DEA apresentam mais comprometimentos no que se refere ao número de aspectos da linguagem afetados, porém, os dois grupos apresentaram déficits na estrutura linguística e os relatos dos pais dos pré-escolares com DEL confirmaram a heterogeneidade das manifestações de linguagem apresentadas por essa população. Assim, os pré-escolares autistas tiveram prejuízo em todas as escalas, inclusive naquelas relacionadas à forma da linguagem, o que não foi observado nos escolares com o mesmo quadro. Tal fator, segundo os autores, pode estar associado ao fato de que a intervenção terapêutica é capaz de oferecer resultados mais expressivos para os aspectos da forma do que para os pragmáticos. Outra análise, realizada também na segunda investigação, utilizou o Preschool Behaviour Questionnaire (PBQ) para verificar o impacto das características comportamentais associadas ao TDAH no perfil linguístico dos pré-escolares com DEL e DEA. Os resultados mostram que a impulsividade, característica das crianças com TDAH, parece afetar tanto a
doi:10.1590/s1516-80342010000200025
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