DEVELOPMENT OF RESILIENCE CONTRIBUTION IN THE INFERTILITY CONTEXT: REVIEW
DESENVOLVIMENTO DOS FATORES DE RESILIÊNCIA NO CONTEXTO DA INFERTILIDADE: REVISÃO
Helena Bonesi Oliveira Cabral›, Júlia S. N. F. Bucher-Maluschke
2016
Psicologia, Saúde & Doenças
RESUMO: Este estudo aborda o desenvolvimento do aporte da resiliência no contexto da infertilidade e destaca que embora a resiliência seja um recurso individual, pode ser promovida por profissionais que lidam com indivíduos inférteis, que estejam ou não em tratamento reprodutivo. Para o levantamento bibliográfico utilizou-se as bases de dados PubMed, Oxford Journals, Springer, Elsevier, OneFile, Web of Science, MEDLINE, Scielo e Scopus cujos descritores utilizados para a busca foram Resilience
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... nd infertility, childlessness, resilience and infertile, quality of Life and Infertile Couples e resilience, datados entre 2007 e 2016. Após análise dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados dezessete artigos para este estudo. Os achados apontaram que indivíduos que apresentam recursos mais resilientes, enfrentam melhor sua condição infértil se comparado àqueles que apresentam níveis mais baixos. A partir desta conclusão, o desafio para o profissional se inscreve na sua forma de atuação a fim de promover a resiliência nesta população. Palavras-chave: infertilidade, resiliência, tecnologia reprodutiva, psicologia ___________________________________________________________________________ DEVELOPMENT OF RESILIENCE CONTRIBUTION IN THE INFERTILITY CONTEXT: REVIEW ABSTRACT: This study deals with the development of the contribution of the resilience in the context of infertility and points out that although resilience is an individual resource, can be promoted by professionals who deal with infertile individuals, that whether or not reproductive treatment. For the bibliographic survey used the databases PubMed, Oxford Journals, Springer, Elsevier, OneFile, Web of Science, MEDLINE, Scielo and Scopus whose keywords used for searching were Resilience and infertility, childlessness, resilience and infertile, quality of Life and Infertile Couples and resilience, dated between 2007 and 2016. After analysis of the inclusion and exclusion criteria, seventeen articles were selected for this study. It is concluded that individuals who present features more resilient, better face your infertile condition than those that present lowest levels. From this finding, the challenge for the professional subscribes on your way to act in order to promote resilience in this population. SHJB, Condomínio São Mateus, casa 04, Jardim Botânio/ Lago Sul. CEP: 71.680-378, Brasília/DF. Brasil. O presente artigo de revisão de literatura aborda as temáticas: infertilidade, resiliência e coping. É importante destacar que o termo coping foi introduzido neste estudo para melhor compreensão, por parte do leitor, sobre os achados da investigação entre infertilidade e resiliência, já que alguns artigos que compõem esta revisão estabeleceram relação entre coping e resiliência no contexto da infertilidade. A infertilidade humana é definida clinicamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2009) como uma doença do sistema reprodutivo ou pela falha de se obter gravidez clínica após 12 meses ou mais de coito regular desprotegido. É considerada como um problema de saúde, com implicações médicas e psicológicas, e a legitimidade do anseio de superá-la (Conselho Federal de Medicina, 2015). Os problemas de infertilidade não são privilégio deste tempo, estiveram sempre presentes na história e a fecundidade não perdeu seu status valorativo, mas, contudo, a contemporaneidade nos privilegiou com a técnica de reprodução assistida (TRA) que, todavia, ainda não oferece total garantia para se obter a gravidez (Straube, 2013). Zegers-Hochschild et al. (2009) definiram no glossário de terminologia das técnicas de reprodução assistida (TRA) que: TRAs são os tratamentos ou procedimentos que incluem a manipulação in vitro tanto dos oócitos humanos quanto dos espermatozóides, ou embriões, com o propósito de se estabelecer uma gravidez que inclui, mas não está limitado à fertilização in vitro com transferência de embriões, a transferência intratubária de gametas, a transferência intratubária de zigotos, a transferência intratubária de embriões, a criopreservação de gametas e embriões, a doação de oócitos e embriões e a cessão temporária de útero (surrogacy), o que não inclui inseminação assistida (inseminação artificial) utilizando espermatozóides, sejam do parceiro da mulher ou de um doador. Embora as tecnologias reprodutivas possam ser um caminho para a realização da parentalidade, Chochovski e Charman (2013) adiantam que a taxa da falha de fertilização in vitro (FIV) é de cerca de 75% por ciclo e estas tentativas malsucedidas podem provocar nos pacientes em tratamento, depressão clínica aguda e outros problemas. Segundo Straube (2013) nos dias de hoje, a infertilidade é vista como uma enfermidade peculiar, caracterizada tanto pela sua invisibilidade quanto pela possibilidade de não produzir mal-estar físico. Segundo ela, a peculiaridade também se expressa no fato de que este quadro se constitui apenas quando existe um desejo que encontra obstáculos para se concretizar. Contudo, nos tempos atuais, a medicina reprodutiva tem buscado dialogar com outras especialidades médicas a fim de preservar a fertilidade, como por exemplo, criopreservar, ou seja, congelar gametas, antes que pacientes se submetam aos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, que por sua vez podem levar a um período considerável de infertilidade, até que o aparelho reprodutivo se reestabeleça novamente. Embora a infertilidade seja um diagnóstico tecnicamente médico, precipita para os casais que tentam tornar-se pais, uma mudança na "jornada " da vida que se desenrola durante meses e por vezes anos, e é percebida, pela maioria dos casais, como sendo a priori uma crise, ou então, uma interrupção, e finalmente um "descarrilamento" de sonhos de vida, lançando muitas vezes as pessoas para a terapia (Shapiro, 2008) . A fertilidade, percebida como uma experiência comum, pode fortalecer o relacionamento, mas, por outro lado, a falha no cumprimento do desejo de filiação, nos papeis de gênero, assim como os encargos das intervenções reprodutivas, podem gerar conflitos e problemas de comunicação entre o casal (Cserepes, Kollár, Sápy, Wischmann & Bugán, 2013) . Para relacionar a infertilidade com resiliência e coping, é preciso que estes últimos termos sejam definidos com a finalidade de compreendê-los e correlacioná-los, porém, não é objetivo deste estudo
doi:10.15309/16psd170315
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