Joias do Maracanã: tingimento natural de sementes

Gisele Reis Correa Saraiva, Tayomara Santos dos Santos
2018 Blucher Design Proceedings   unpublished
O artesanato brasileiro é rico e variado, e essa diversidade se deve, em parte, à grande variedade da matéria-prima encontrada na fauna e na flora de cada região. Dentre essa variedade estão as sementes de diversas espécies que ao passar nas mãos de artesãos e artesãs, tornam-se peças de beleza singulares, conhecidas como biojoias. A região Norte é um grande produtor desse tipo de artesanato devido as sementes utilizadas serem extraídas da Floresta Amazônica. Porém, o Maranhão, embora não seja
more » ... eograficamente localizado nessa região, tem parte do seu território formado por essa vegetação o que proporciona diversos tipos de sementes, em especial a juçara que é conhecida nos demais estados brasileiros como açaí, muito utilizada nesse tipo de artesanato. É bastante comum ver em pontos turísticos de São Luís, o artesanato com sementes de juçara, já beneficiadas (polidas, furadas e tingidas). O beneficiamento realizado nas sementes não é feito no Maranhão, elas chegam de outros Estados da região amazônica e são vendidas por fornecedores para os artesãos. O trabalho dentro Estado se restringe a confecção das biojóias (CORREA, 2010). Na cidade de São Luís, capital do Maranhão, o bairro do Maracanã possui o maior juçaral (plantação de juçara) da Ilha e no período de safra toneladas de polpa da fruta são extraídas e vendidas, no entanto, as sementes são descartadas sendo que poderiam ser usadas para outros fins, inclusive o artesanato. Diante desse problema, o Núcleo de Inovação, Design e Antropologia (NIDA), do curso de Design da Universidade Federal do Maranhão, procurou por meio do projeto de extensão "ARTESANATO NO MARACANÃ: utilização da semente de juçara na produção artesanal", utilizar a semente de juçara em produções artesanais, tendo o design como mediador do processo. O trabalho "Joias do Maracanã: tingimento natural de sementes" é parte desse projeto, onde trata-se em especial, do tingimento natural feito nas sementes de juçara. Como metodologia de pesquisa utilizou-se o design etnográfico (NORONHA, 2012). Para fundamentação teórica traz-se considerações sobre a semente de juçara e o Maracanã, tingimento natural, o projeto Artesanato no Maracanã e a execução da etapa de tingimento, resultando em sementes diferenciadas das encontradas no mercado local, demonstradas através de peças confeccionadas por meio do projeto. palavras-chave: Design; Artesanato, Sementes de Juçara; Tingimento Natural.
doi:10.5151/cid2017-42 fatcat:bkck6w4jpfgcvegs7hf2jryfvu