Atividade nefrotóxica da peçonha de loxosceles spp / Nephrotoxic activity of loxosceles spp venom

Felício de Freitas Netto, Fabiana Postiglione Mansani, Eduardo Berto Rech, Gabriel Leme Campos, Gabriel Mirmann Alves de Souza, Gabriela Smokanitz, Luana Gabriele Bueno, Pauline Thaís Skonieski
2022 Brazilian Journal of Development  
Aranhas do gênero Loxosceles são animais peçonhentos cuja picada pode apresentar diversas manifestações, dentre elas a possibilidade de acometimento renal. Evidenciar a atividade nefrotóxica, direta e indireta, das diferentes substâncias contidas na peçonha da Loxosceles spp. O presente estudo trata-se de uma revisão literária de artigos científicos publicados nos últimos 25 anos, indexados na base de dados científicas PUBMED, SCIELO, Science Direct. Vinte e um artigos que correspondiam aos
more » ... érios de inclusão foram selecionados para integrar este estudo. Na peçonha de Loxosceles spp., existem compostos que causam, direta e indiretamente, efeitos deletérios em seres humanos. Estes efeitos podem ser locais ou sistêmicos, sendo a lesão renal aguda (LRA) a forma mais grave. A peçonha referida é capaz de afetar o tecido sanguíneo, podendo levar a distúrbios hemolíticos intravasculares e à coagulação intravascular disseminada (CIVD). Um de seus componentes é a fosfolipase-D (previamente conhecida como esfingomielinase), que embora não seja a proteína com a maior expressividade na toxina da aranha Loxosceles, é a mais definida e estudada pela literatura e possui papel fundamental tanto na ação local, quanto sistêmica, induzindo à dermonecrose e hemólise. Nos rins, a peçonha se liga às células glomerulares, tubulares e membranas basais, podendo levar à LRA. A fosfolipase-D tem como principal ação a hidrólise da esfingomielina, componente da membrana externa dos eritrócitos, mas pode promover o mesmo efeito em outros constituintes da membrana celular. Essa enzima provoca a lise celular renal em humanos, concomitante à ativação e secreção de metaloproteases da matriz extracelular (MEC). Ao hidrolisar fosfolipídios, postula-se que a toxina dermonecrótica ative vias de sinalização em diferentes células, causando alterações fisiopatológicas. Um estudo detectou que a toxina se liga aos glomérulos e túbulos renais de camundongos, reforçando a ideia de uma relação direta com a LRA. O processamento da hemoglobina resultante da hemólise contribui, indiretamente, para este quadro.
doi:10.34117/bjdv8n5-029 fatcat:exosxs47fzerjouklyjqby2c5a