Antigas civilizações africanas: historiografia e evidências documentais [chapter]

José Rivair Macedo
2008 Desvendando a história da África  
SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros MACEDO, JR., org. Antigas civilizações africanas: historiografia e evidências documentais. In: Desvendando a história da África [online]. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. Diversidades series, pp. 13-27. ISBN 978-85-386-0383-2. Available from: doi: 10.7476/9788538603832. Also available in ePUB from: http://books.scielo.org/id/yf4cf/epub/macedo-9788538603832.epub. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a
more » ... tive Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. 2 -Antigas civilizações africanas historiografia e evidências documentais José Rivair Macedo 13 2 ANTIGAS CIVILIZAÇÕES AFRICANAS: HISTORIOGRAFIA E EVIDÊNCIAS DOCUMENTAIS José Rivair Macedo Os estudos africanos nasceram no princípio do século XX e se afirmaram no decurso dos anos 1960, junto com a formação dos Estados africanos contemporâneos. Tal qual o Brasil, aqueles países também são jovens nações pós-coloniais e enfrentam limitações similares às que enfrentamos para a construção dos campos do conhecimento científico. De outro lado, a África é um continente imenso, que há milênios abriga diferentes povos e culturas. Parece-nos sumamente injusto periodizar a sua história dividindo-a, como se costuma fazer, em três períodos: pré-colonial (até o século XIX), colonial (até meados do século XX) e independente (até o presente). Adotar essa periodização significa continuar a olhar para o passado africano com os olhos dos colonizadores, significa considerar a colonização e o imperialismo europeu o elemento central dos processos históricos que ali se desenvolveram. É preciso, na medida do possível, olhar para a África com o olhar dos africanos, construir o conhecimento histórico e narrar a História a partir de uma perspectiva propriamente africana. Mas a tarefa não é simples. Ao questionar a periodização tripartite, corremos o risco de cair numa outra cilada. Como nos lembra o historiador congolês Elikia M'Bokolo, a substituição da expressão África Pré-colonial por África tradicional pode também acarretar prejuízos na medida em que, no Ocidente, a idéia de tradição costuma ser identificada com imobilismo, conservadorismo, estagnação, opondose ao dinamismo, ao avanço e à transformação inerentes à idéia da
doi:10.7476/9788538603832.0002 fatcat:6imzfcf4prc2pa7tp3az54kzty