A ENUNCIAÇÃO: DO FAZER PERSUASIVO AO INTERPRETATIVO
Maria De Fátima, B De, M Batista
unpublished
RESUMO: A sociossemiótica e a semântica cognitiva, em especial os trabalhos de Pais e Pottier, consideram a enunciação como um percurso que, partindo da mente do emissor, só está concluído na mente do receptor. Apresenta várias etapas, desde a percepção dos objetos do mundo natural pelo sujeito enunciador até a implantação na mente do enunciatário dos elementos lingüísticos produzidos em discurso. O presente trabalho consiste em uma análise das duas faces do percurso da enunciação com as
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... tes etapas que as constituem. Palavras-chave: Enunciação; Fazer persuasivo; Fazer interpretativo ABSTRACT: The social-semiotic and the cognitive semantics, in special the works of Pais and Pottier, consider the articulation as a passage that, leaving the mind of the sender, is only concluded in the mind of the sink. It presents some stages, since the perception of objects of the natural world for the enunciator subject until the implantation in the mind of the "enunciatário" of the produced linguistic elements in speech. The present work consists of an analysis of the two faces of the passage of the articulation with the different stages that constitute them. Foi Benveniste o primeiro a preocupar-se com a questão da enunciação que considerou como a instância que coloca em discurso a língua saussureana. A sociossemiótica e a semântica cognitiva, em especial os trabalhos de Pais e Pottier, consideram a enunciação como um percurso que, partindo da mente do enunciador, precisamente de sua competência sobre um universo qualquer (y), só está concluído na mente do enunciatário, reformulando sua competência sobre o mesmo universo. Apresenta várias etapas, desde a percepção dos objetos do mundo natural pelo sujeito enunciador até a implantação na mente do enunciatário dos elementos lingüísticos produzidos em discurso. O presente trabalho consiste em uma análise das duas faces do percurso da enunciação, com as diferentes etapas que as constituem, destacando as possibilidades de análise sugeridas por cada uma. A teoria considerada foi a do sociossemioticista brasileiro Cidmar Teodoro Pais que complementou a de Bernard Pottier sobre o assunto. O percurso da enunciação de codificação, chamado pelos sociossemioticistas de fazer persuasivo, compreende as seguintes etapas: percepção, conceptualização, semiologização, semiotização, leximização, semiose, texto. A percepção é a etapa na qual o enunciador toma consciência dos objetos do mundo natural, ainda não codificados por discursos anteriores, considerando-os individualmente e concretamente. A conceptualização é a etapa que se segue à percepção onde transparece o conceito que o enunciador tem a propósito dos seres e dos objetos que o rodeiam. É a fase de preparação do conceptus onde estão presentes os seguintes atributos semânticos: as latências, traços semânticos que se encontram latentes; as saliências, traços semânticos que se destacam na semiótica natural e as pregnâncias, traços semânticos que representam as escolhas do sujeito enunciador individual ou coletivo. Barbosa (2000) considera o conceptus como um percurso que vai do sentido estruturável (ou amorfo) ao estruturado (ou formado) compreendendo três naturezas: o
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