PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE HANSENÍASE EM RELAÇÃO A DETERMINANTES SÓCIO-ECONÔMICOS NO PERÍODO DE 1995-2015 EM JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS, BRASIL

Aline Mota, Freitas Matos, Laila Pires, Teixeira De Araújo, José Martins, Alves, Conceição Oliveira, Coelho, Henrique Couto
2017 Hansen Int   unpublished
Introdução: A hanseníase ainda representa um sério problema de saúde pública no Brasil. Apesar da redução da prevalência da doença a nível global, o Brasil é ainda responsável por 13% do número de casos novos detectados no mundo, ocupando segundo lugar no ranking mundial, sendo responsável por 91,6% dos casos novos registrados na América em 2015. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil epidemiológico e a distribuição espacial dos casos de hanseníase em relação a determinantes
more » ... ócio-econômicos em Juiz de Fora, Minas Gerais, comparando dois períodos marcados por mudanças demográficas e na estratégia de prevenção. Materiais e Métodos: Foram avaliados 379 casos novos de hanseníase residentes na cidade de Juiz de Fora, sendo 238 diagnosticados no período I (1995 a 2004) e 141 no período II (2005 a 2015). Dados demográficos foram obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), gerenciado pelo Ministério da Saúde. No período I, no ano de 1999, ocorreu mudança no tempo de tratamento dos pacientes multibacilares, de 24 para 12 meses. Os dois períodos também diferem no tamanho populacional, conforme indicado nos censos de 2000 e 2010. Os casos de hanseníase foram georreferenciados, pontualmente, para uma base cartográfica, utilizando-se o programa ArcGis versão 10.2.2. Nessa etapa, 29 casos, sendo 26 no período I (10,9% dos casos novos) e 3 no período II (2,1%) não possuíam dados de endereçamento completo e foram excluídos dessa análise. A distribuição espacial dos casos de hanseníase em Juiz de Fora foi avaliada em relação ao índice de vulnerabilidade da saúde (IVS), indicador que agrupa fatores socioeconômicos e de saneamento. Resultados: Os resultados mostram queda da prevalência da doença de 0,89 ± 0,30 (período I) para 0,34 ± 0,19 (período II) e redução da taxa de detecção de casos novos de 5,27 ± 1,53 (período I) para 2,51 ± 1,50 (período II) Conclusões: Apesar das mudanças nos indicadores epidemiológicos estarem aparentemente direcionando para a eliminação da hanseníase no município de Juiz de Fora, há fortes evidências de que possa haver casos ocultos da doença na região. É essencial, portanto, incrementar a busca ativa de casos, com aumento no número de exames de contatos e estimular o processo de descentralização do atendimento da hanseníase no município, capacitando a rede básica para que essa seja capaz de detectar e tratar os doentes. Suporte financeiro: CNPq (311036/2015-5) e FAPEMIG.
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