Rabidantes são sobretudo mulheres que em Cabo Verde se dedicam ao pequeno comércio nos mercados locais da Praia e outras cidades. A sua actividade decorre numa esfera que os economistas usualmente classificam como "sector informal". Mas esta é uma classificação que Grassi desafia, chamando a atenção para questões relacionadas com o género e com a natureza própria desta actividade socioeconómica. O acaso levou a autora a trabalhar em Cabo Verde (pp. 20-1); depois de concluir que não tinha

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... es para fazer um estudo deste tipo em Angola, trocou as quitandeiras do mercado Roque Santeiro, em Luanda, pelas rabidantes do mercado de Sucupira, na cidade da Praia, ilha de Santiago. Embora comece por se referir a empresários rabidantes, rapidamente se percebe que a esmagadora maioria desses "empresários" são mulheres (86,2 %). Os poucos homens que rabida no mercado de Sucupira são estrangeiros da África Ocidental. O trabalho que serviu de base a este livro afirma-se como transdisciplinar e procura romper com uma certa ortodoxia da análise económica. Misturando dados estatísticos e inquérito, por um lado, com entrevistas e histórias de vida, por outro, a autora procura suprir as limitações da análise económica nas questões de género e na esfera do informal com uma análise mais antropológica, sendo este trabalho portanto um híbrido "económico-antropológico". A primeira parte, com cerca de 100 páginas, dedica-se a uma revisão histórica da análise económica e sociológica, fazendo a autora uma crítica das formas de análise mais